31 outubro 2013

a figura de tôlo

Considere um país cujo regime político é a democracia-partidária e que possui cinco partidos, A, B, C, D, E.

(Pode associar este país a Portugal e os partidos aos cinco maiores partidos portugueses, mas o argumento vale igualmente para qualquer país e qualquer número de partidos).

Considere o partido A e que se põe a todos os partidos (que respondem através dos seus respectivos presidentes) a seguinte questão.

-Sabe o partido A governar o país?

Comecemos pela resposta do partido B. Ele vai dizer que Não (caso contrário, o partido B não teria razão de existir). Os outros partidos respondem igualmente Não, excepto o próprio partido A que responde Sim.

O Não ganha por quatro votos contra um. O veredicto democrático à questão posta é: Não.

Considere agora o partido B e ponha a todos os partidos a questão:

-Sabe o partido B governar o país?

O veredicto vai ser igualmente Não e pela mesma margem: quatro a um.

Continue em relação aos partidos C, D, E.

O consenso democrático entre os partidos (cinco a zero) é que nenhum partido sabe governar o país.

Já viu, então, a figura de tôlo que você faz quando vota num partido?

Multibanco Bitcoin no Canadá

minoria mais bem organizada

Tal foi, em ponto pequeno, a nossa Revolução de 5 de Outubro; tal foi, em ponto grande, a Revolução Bolchevista. Em ambos os casos, a maioria do país era monárquica, sendo apenas, republicana num caso, comunista no outro, a minoria mais bem organizada; tendo a primeira como espinha dorsal a Ordem Maçónica, a segunda por principal esteio as organizações secretas judaicas.

Fernando Pessoa in «Da República».

Vêmo-los todos os dias

Se há Milagres? Claro que os há. Vêmo-los todos os dias, a própria Natureza é um Milagre Divino. E cada um de nós, seres humanos, somos abençoados por eles muitas vezes durante a nossa vida, mesmo que não lhes prestemos atenção e/ou nem sequer neles acreditemos.

Eu pessoalmente tenho sido bafejada por essa Benção várias vezes ao longo da minha vida. Claro que só quem tem verdadeira Fé pode chegar a Deus. E a Fé é algo que não se explica, ou se tem ou não se tem.

Os filósofos e os cientistas em geral são por natureza descrentes, como não conseguem provar a existência de Deus em laboratório..., não acreditam Nele. Faz parte da sua maneira de ser. Com talvez a única excepção de Einstein que disse acreditar em Deus o que gostava de saber era se o Mundo tal como se encontrava era Obra Sua ou do acaso.

Há quem duvide da existência de Deus. E até há quem a negue peremptòriamente. A esses, que òbviamente não foram bafejados pela Fé nem sabem o que Ela significa, só posso aconselhar a minha experiência pessoal. Deixem por momentos a incredulidade de lado ou suspendam momentâneamente o seu agnosticismo e observem com olhos de ver a Natureza na sua maravilhosa imensidão e extraordinária plenitude. Será possível não acreditarem por um segundo sequer que tanta grandiosidade teve que ser Obra de Algo que nos ultrapassa, de um Ser Omnipotente capaz de A criar na sua incomensurável perfeição, diversidade e beleza? Para quem é crente a resposta está dada. Para quem não é, terá uma existência mais pobre, mais amargurada, mais infeliz, mais só. Mesmo que não o admita abertamente sabe-o no seu íntimo. E por vezes até o admite e afirma-o com sinceridade. Confessam estas pessoas que se sentem inúteis, tristes, sem afinidades ao próximo (na verdade odeiam todos em seu redor e até a própria Humanidade) sem propósito ou motivação para viver. O que é que traduz este desolador estado de espírito senão a falta de religiosidade, a necessidade de acreditar, de amar, de ter Fé em Deus? É que amar e respeitar a natureza, o próximo e a família, é amar a Deus. E Deus retribui sempre esse amor a dobrar, normalmente através de milagres para que nos apercebamos da Sua efectiva existência.
Eu sei do que falo. Estas não são palavras vãs. Temos vários amigos e até alguns elementos na família por afinidade cujas difíceis personalidades, falta de amor ao seu semelhante e descrença absoluta num Ser Superior, são o exemplo acabado do que escrevi acima e tenho a certeza absoluta, a verdadeira causa da sua tremenda infelicidade e nenhuma vontade de viver.
Maria
1:44 AM

um logo

Logotipo retirado do "guion".
O símbolo de um País enrolado e distorcido, com sombras, mal definido. Bipolar, fracturado e desbotado.
Que retrato!

guião

Terminadas as primeiras 20 páginas do "guion" confesso a minha grande surpresa. O texto parece mesmo ter sido escrito pelo Paulo Portas, perdão, pelo vice-primeiro-ministro Dr. Paulo Portas.

É formidável, na maior parte das grandes organizações, já nem falo do Estado, estes textos são elaborados por equipas técnicas e redigidos de forma, diria, asséptica. Os factos e as respectivas propostas, sem adjectivos e com poucos advérbios.

Portugal, de facto, é um país diferente.

subjectivismo (humano) versus positivismo (ausência de causalidade)

http://bordoada.wordpress.com/2013/10/30/a-alienao-ou-doena-mental-do-cientismo-actual/

"A alienação ou doença mental do cientismo actual


Ocientismo coetâneo (actual) tem duas características fundamentais: 1/ a desclassificação (ou “descategorização”, ou seja, a retirada de categorias e negação do conceito de juízo universal) da realidade, e 2/ a eliminação de qualquer nexo causal nos fenómenos inerentes à realidade (seja esta política, social, fenomenológica, científica, etc.) ou seja, o cientismo actual é doxa transformada em ciência.
doida eu web 300A ciência positivista (o neopositivismo do Círculo de Viena) começou por ser a recusa do subjectivismo (humano); e o cientismo actual é a recusa da ciência, seja esta positiva ou não.
E, por isso, o cientismo actual começa pela negação da lógica através da desclassificação da realidade (no sentido de “descategorização” dos fenómenos), e pela negação do conceito de juízo universal — e a ideia subjacente a esta atitude cientificista é a de dissipar qualquer diferença entre a regra e a excepção, entre a norma e o anómalo.
Depois da desclassificação (ou “descategorização”) da realidade, o cientismo actual entra na fase seguinte: a eliminação (ou relativização) de qualquer nexo causal nos fenómenos. Esta segunda fase não poderia existir — ou fazer “sentido” retórico — sem a primeira.
Depois de ter conseguido que estes dois aspectos se entranhem (como sendo “logicamente” válidos) na cultura intelectual e, por via desta, na cultura antropológica, o cientismo actual assume, em todo o seu esplendor, a função de demolição da cultura. Ou seja, o politicamente correcto já não é, hoje, apenas uma ideologia derivada do marxismo cultural, mas antes é também o cientismo, que utiliza conceitos das “ciências sociais” para destruir a própria ciência e ao serviço de uma ideologia niilista.
psicose«crise das crises se não se recorta limpo o sentido do corpo em a) ou b): se nem menino nem menina, que fazer de um sujeito? a medicina treme em como forçar um nexo ao corpo, os pais vêem o futuro desfeito, a criança surge como uma coisa-problema: mais que um binário, logo, menos que humana. queremos quebrar com a falsa necessidade dessas categorizações coercivas. a nossa revolução será poder responder à pergunta “qual dos géneros?” dizendo “ambos”, “nenhum”, “outro” ou “todos”. será reagir ao “ou… ou…?” com um simples “não!”»
psico web 290Em primeiro lugar, “descategoriza-se” a realidade, apesar das evidências (“aquilo que parece, não é!”); e depois, nega-se o juízo universal  (“não existem regras nem excepções: a lógica é uma batata!”)
Quando ouvirmos alguém colocar em causa as categorias da realidade tal qual nos aparecem, tentando desclassificar ou “descategorizar” a realidade, devemos imediatamente ficar de pé-trás: provavelmente estaremos em presença de um doente mental cientificista. E se essa pessoa avançar, depois, para a recusa do juízo universal, então poderemos estar seguros que se trata de uma psicótico em plena maquinação de um delírio interpretativo."

30 outubro 2013

mestre em indignar-se contra a tortura

"O início da entrevista de Sócrates à Antena 1 cirandou em torno do livro lançado na esteira do famoso mestrado parisiense. Às perguntas da respeitosa jornalista, lá foi ele respondendo com um rosário de inanidades; fraquito, para quem terá passado largos meses a estudar a história e a práxis da tortura. Acredite-se ou não, a cumplicidade do então primeiro--ministro na exportação de suspeitos de terrorismo para países fornecedores de tortura em outsourcing ficou incólume. A sério: a perguntadora não se lembrou de questionar o indignado mestre sobre os dias em que autorizou formalmente, mas em segredo, a passagem de “repatriados” pela base das Lajes. Sabemo-lo hoje, não por mea culpa socrática, mas pela pena do embaixador dos EUA, via Wikileaks." Por Luís Rainha publicado em 30 Out 2013 - 05:00,no Ioline

Milagre

Pronto, Joaquim, julgo que já estou em condições de definir milagre.

Milagre é um bem de Deus, um bem de Deus que nos deixa maravilhados (a palavra milagre vem do latim e tem precisamente este significado, o de ficar maravilhado)

Agora, compare esta definição com a definição do Espinoza. Até um leitor notou logo que  a primeira frase está ao contrário: então são as leis de Deus que se conformam com a natureza, ou é a natureza que se conforma com as leis de Deus?

Mas não apenas isso. O Espinoza supõe que os milagres só ocorrem no mundo exterior, através  da natureza exterior (ele esquece a natureza interior ou espiritual). Ora, a verdade é que, embora também possam ocorrer aí, eles ocorrem, em primeiro lugar, através das pessoas. E esta exclusão não é surpreendente num autor de cultura judaica, como é o Espinoza. Porque se os protestantes excluem, os judeus excluem muito mais.

Olhe Joaquim, aplica-se a este gabirú, a mesma receita que se aplica ao Kant: ponha lá mulher e rebenta-lhe a filosofia toda.

Repare, o Deus judaico - o do Espinoza - é uma entidade abstracta que se manifesta como um homem. Os judeus são exímios no pensamento abstracto, que é também predominantemente um pensamento masculino.

O Deus protestante - o do Kant - manifesta-se como um homem (Cristo). Os protestantes são exímios a pensar como homens, o que normalmente significa um pensamento abstracto.

O Deus católico - o meu - é um Deus que se manifesta através de uma mulher (Maria) e de um homem (Cristo).. Os católicos são exímios a fazer a síntese do pensamento abstracto, que é mais propensão do homem, e do pensamento concreto, que é mais propensão da mulher.

Quem terá a maior capacidade para chegar à verdade, à realidade do mundo, judeus, protestantes ou católicos? Eu penso qeu são os católicos porque o mundo é feito de homens e mulheres, e não exclusivamente de homens.

o futuro próximo

Broadway Bomb - Benny Hill Style - 2013

o maior milagre

Por que é que Deus colocou aquele sinal no meu caminho - ou o diabo, porque, é preciso não esquecer, o diabo é uma criatura de Deus?

Só agora eu sei formular esta questão de forma tão nítida, porque na altura não sabia.

Foi muito mais do que um sinal. O mais violento abanão que eu apanhei em toda a minha vida e que me fez questionar  toda a minha vida. O ano ou dois que se seguiram constituiram a fase mais intensa de ligar os pontos por que passei.

Morrer? Isso serei eu o primeiro a morrer, toda a gente sabe, e as estatísticas confirmam, que (em média) os homens morrem mais cedo que as mulheres - sete anos (em média) mais cedo.

Deus vinha agora dizer-me: "Olha que pode ser ao contrário".

Ao contrário?

 E como é que seria a minha vida se fosse ao contrário?

 A sensação que tive foi a de um prédio a ruir.

Conhecemo-nos adolescentes, ela tinha 15 anos, eu 16. Começámos a namorar alguns anos depois, ela tinha 18, eu 19. Casámos em seguida, ela tinha 21 e eu 22. Depois veio o primeiro filho, ela com 23 anos, e eu 24. Tinham passado 40 anos, uma vida, eu nem tinha dado por eles, ela tinha agora 55 anos, eu 56. E eu tinha passado a minha vida praticamente toda com ela.

E o que é que fizemos? Tantas coisas. Andámos juntos na escola e na universidade a tirar cursos; fizemos carreiras profissionais; vivemos em conjunto no estrangeiro; tivemos filhos; construímos casas e empresas, viajámos, resolvemos puzzles aos filhos, jogámos à bola com eles,   escrevemos livros - eu escrevia e depois dedicava-lhos a ela.

Tínhamos feito muitas obras, os dois.

E qual tinha sido a obra mais importante que eu próprio tinha feito na vida?  Quando chegou a altura de responder a esta questão, não existia a mínima dúvida no meu espírito. A obra mais importante que eu fiz na vida foi a minha família. Os frutos desta árvore estão aí à vista para quem os quiser conhecer.

Mas nem a obra mais importante da minha vida - pensei - eu fiz sozinho. Fiz com ela e concluí - para minha surpresa - que na obra mais importante da minha vida eu nem sequer tinha sido o autor principal. E até quantifiquei, 70% para ela,  30% para mim.

E se ela partisse?

Não era só que eu não sabia sequer estrelar um ovo, nem comprar uma camisa, menos ainda conjugá-la com a gravata. Era um mundo à volta de mim que ruía. Como é que eu ia agora encontrar-me com os meus netos? Era sempre ela que arranjava os encontros, que falava com as noras, que tratava das papas e tomava nota das horas de dormir. Eu sabia lá fazer isso.

E se ela partisse, o que é que eu tinha para lhe dizer?

Foi só muitos meses depois, um dia eu ia sozinho no meu carro, levava o rádio aberto e começou a passar uma canção. Era uma canção antiga, de um dos meus artistas preferidos, já a tinha ouvido muitas vezes, sem nunca ligar à letra. E foi naquela altura em que ele entoou enfaticamente o verso "Si tú te vás...", que eu passei a dar mais atenção ao que ele dizia.

Sim, era exactamente isso que eu tinha para lhe dizer, e que lhe queria dizer, se ela partisse. Comprei o CD contendo essa canção que passou a estar permanentemente no meu carro.

A canção é esta.

Volto á questão inicial: por que é que Deus me pôs este sinal no caminho?

Para me mostrar, para que eu sentisse na pele, para que eu soubesse qual foi o maior milagre que ele pôs na minha vida.

Porque eu não sabia. Nunca sequer tinha pensado nisso.

a urgência do fim do estado social

"Todo o Mundo Moderno se divide entre Progressistas e Conservadores. O papel dos Progressistas é cometer erros continuamente. O papel dos Conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos." Chesterton
Tenho escrito sobre o tema, e o ponto fulcral é que a receita do sistema da segurança social (TSU trabalhador+TSU empresa) e a CGA (contribuições) apenas cobre pouco mais de 50% da despesa (e ainda que esta abarque algumas funções redistributivas que podiam ser autonomizadas no OE).

A total falência do sistema é escondido por transferências do Orçamento de Estado. Na verdade, a totalidade dos cortes de despesa na Saúde e Educação parece não chegar para pagar o acréscimo de despesa na Segurança Social + CGA.

Se juntarmos o problema da natalidade e o que fará ao rácio de trabalhador activo versus trabalhador reformado, percebe-se o problema grave que é escondido por elites disfuncionais (não encontro outra palavra).

Via Pordata:

Pensionistas em % da população activa: total, da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações


1983
41,7
%
2012
65,2
%

A adicionar ao problema da totalidade da despesa ainda há a comparação de regimes. E os número que saem são:

(http://www.jornaldenegocios.pt/economia/seguranca_social/detalhe/pensoes_da_cga_e_da_seguranca_social_as_diferencas_calculadas_pelo_governo.html)

"Um técnico superior reformado em 2005 pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) levou uma pensão de 2.026 euros consigo. Se se tivesse aposentado na mesma altura, com o mesmo salário, pelas regras da Segurança Social, teria levado para casa 1.511,8 euros"

Tenho repetido que o estado social divide a família e comunidade e cria classes reivindicativas que se relacionam com o poder ... como "classe", que passa a ser o seu centro de existência. A sociedade deixa de manter a união pela necessidade e o amor natural no mini-estado-social que cada família e comunidade deve constituir para criar a união estatizada e colectivizada, libertando o indivíduo dos laços disciplinadores, e abraçando-o na sua teia.

O estado social é o maior produtor de individualismo desenraizado e põe em marcha um novo tipo de Homem. É a descivilização.

O fim do estado social é o único meio de salvação. Os conservadores, como apenas sabem "conservar", vão lutar por conservar o instrumento da sua anulação, apenas porque a realidade agora, é esta. Mas é a revolução ao contrário que é necessária. Chesterton pareceu perceber isso muito cedo.

O que nos vale também, é que provavelmente todo o sistema acaba por colapsar.

é para todos

A austeridade não pode ser apenas para o Homo Sapiens.

Comentário: Apesar de não acreditar em milagres, confesso que por vezes sou assaltado pela dúvida. Há sinais convincentes e convergentes, como diz o PA, e tudo o que é preciso é ligar os pontos. Pensem na taxa Cristas, na proibição de descontos nos hipers e agora na "austeridade animal" e digam lá se este governo é ou não é um milagre?

guião


Pequena bandeira de guerra levada à frente das tropas. = ESTANDARTE, PENDÃO
Texto de uma obra cinematográfica, radiofónica, teatral ou televisiva, com os pormenores precisos para a realizar. = ARGUMENTO, ROTEIRO
Priberan

O milagre

...fará parte das lei da natureza? Isso é como dizer que Deus criando a natureza se fez parte dela. Sendo a natureza um milagre de Deus todos os milagres são possíveis.

Ciência empírica, essa barreira ao conhecimento

Os limites da chamada ciência são por demais evidentes, tudo o que as ciências naturais fazem é medir e coleccionar observações e esperar que a realidade se comporte uniformemente e a essa esperança chamam ciência. O ponto máximo da razão, dizem. Mas medir não explica nada. Perguntem a um cientista o que é a gravidade. Está medida criteriosamente. Mas o que é? Deve estar mais próximo da verdade dizer que a gravidade é uma espécie de amor que constatar a medição do seu efeito. A filosofia e a teologia ainda vão regressar ao seu papel de proeminência.

cavalheiras

Um cavalheiro assume em silêncio todas as culpas, as justas e em especial as injustas. É por isso que não existem cavalheiras.

29 outubro 2013

Poder político, banca e a manipulação criminosa da moeda sob a forma de depósitos (à ordem)

Revisitando o tema...

"2 - A Violação dos Princípios Jurídicos do Contrato de Depósito Monetário Irregular ao Longo da História
Neste capítulo vamos mostrar, usando vários exemplos, como, ao longo da história, os banqueiros foram violando os princípios tradicionais do Direito no que respeita ao depósito irregular, bem como expor as razões pelas quais os mecanismos sociais de controle não puseram fim aos abusos cometidos.  Será ainda analisado o papel dos governos neste processo.  Estes, em vez de procurarem a defesa escrupulosa das implicações jurídicas do direito de propriedade, apoiaram a atividade irregular dos banqueiros quase desde o princípio, concedendo-lhes isenções e privilégios de forma a poderem tirar partido dessa atividade para os próprios fins.  Explica-se assim o aparecimento das tradicionais relações de cumplicidade e solidariedade existente entre as instituições estatais e as bancárias, que se mantêm até hoje.  É necessário compreender adequadamente a origem juridicamente viciada da prática do depósito bancário de moeda com reserva fracionária para entender o fracasso das diversas tentativas de justificação jurídica dos abusos cometidos, que serão estudadas no capítulo III."

Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos, Jesús Huerta de Soto

O que está em causa é simples:
Que processo e quais as causas que levaram o contrato de depósito civil "transformar-se" num contrato de crédito com expansão de títulos de depósito de coisa não depositada - o que configura uma fraude original - sancionada por intelectuais (economistas e juristas)?
Este capítulo é composto por:

1. Introdução 2. os sistemas bancários na Grécia e em Roma;  Os trapezitas ou banqueiros gregos; O sistema bancário no mundo helenístico; O sistema bancário em Roma; A falência do banco do cristão Calisto; As "sociates argentarie" 3. Os banqueiros na Baixa Idade Média;  O ressurgimento dos bancos de depósito na Europa mediterrânea;  A proibição canônica da usura e o "depositum confessatum";  Os negócios bancários na Florença do século XI;  O Banco dos Médicis;  Os bancos da Catalunha durante os séculos XIV e XV: a Taula de Canvi 4. OS BANCOS NA ÉPOCA DE CARLOS V E A DOUTRINA DA ESCOLA DE SALAMANCA A RESPEITO DO SISTEMA BANCÁRIO[71]; O desenvolvimento dos bancos em Sevilha;  A Escola de Salamanca e as atividades bancárias;  O Banco de Amsterdã;  David Hume e o Banco de Amsterdã;  Sir James Steuart, Adam Smith e o Banco de Amsterdã;  Os Bancos da Suécia e da Inglaterra; Ricardo de Cantillon e a violação fraudulenta dos contratos de depósito irregular

Passei a acreditar

Uma traiçoeira doença da mulher, Lina Arroja, há quatro anos, tornou-se num choque doloroso que lhe mudaria a vida. Pedro Arroja, 59 anos, estudou as estatísticas e concluiu que, naquele estado, a ciência médica salvava uma em cada três mulheres. Insatisfeito com  a probabilidade, recorreu ao divino. Meteu os pés a caminho e encetou uma solitária peregrinação a Fátima. "Passei a acreditar em milagres", confessa este católico não-praticante para quem "não há cultura sem Deus". (...)
(Expresso, 3 de Agosto 2013, p. 16 Economia)

o processo

A principal característica da masculinidade é a contenção. Para chegar a esta verdade eu precisei de uma comunidade, a comunidade do PC, onde a zazie teve um lugar importante, embora não único.

A partir de agora um homem é bem capaz de ficar a pensar durante meses, senão anos, se é sempre assim, se a todas as verdades importantes a que chegou na vida, se foi sempre através de uma comunidade.

Temos agora aqui a importância do factor tempo para chegar à Verdade. (NB: no post anterior, eu deveria ter escrito verdade com letra minúscula). É nesta altura, também, que se vão reunindo os tais sinais convincentes e que convergem todos, ou não,  para a mesma conclusão.

É conveniente dizer aqui que eu cheguei àquela verdade - a de que a principal característica da masculinidade é a contenção -, não apenas através do PC. Analisei muitos outros sinais que se me foram deparando ao longo do tempo e há um que vale a pena reproduzir.

Os padres são todos homens e servem uma figura de mulher - a Igreja. O propósito dos padres é o de chegarem à Verdade através da Igreja. E qual é a característica dominante do código de conduta que a Igreja impõe a esses homens? Contenção, incluindo a contenção sexual que é a mais difícil forma de contenção que se pode impor a um homem.

Sim, é certo, todas as verdades importantes a que eu cheguei na vida fi-lo sempre através de uma comunidade. Através destas verdades, uma hoje,  amanhã outra, eu estava a percorrer o caminho para o destino final - a Verdade.

Trata-se agora de articular todas as verdades a que se conseguiu chegar. Fará isso sentido ou não, serão essas verdades verdades desgarradas e sem qualquer relação entre si? O tempo continua a passar, o tempo é um factor essencial deste processo, porque é ele que permite ir acumulando os sinais e submetê-los a escrutínio racional, individualmente e em conjunto.

Ate que chega o dia em que, depois de muito meditar, este homem chega finalmente à conclusão, por um processo de escrutínio racional e de articulação racional, que essas verdades, quando postas em conjunto, fazem sentido racional, que não podem ser, de maneira nenhuma,  o produto do acaso. Este homem chegou  ao destino final - a Verdade.

Agora, eu quero fazer aqui uma qualificação muito importante. Este foi o processo pelo qual eu cheguei à Verdade, por via racional. O A. parece ter seguido um processo muito semelhante ao que acabo de descrever. Eu não sei se há outros para lá chegar também por via racional. Muito provavelmente, eu diria quase de certeza, há, e são muitos.

Outro milagre

Num post anterior disse que o leitor A., que apareceu recentemente neste blogue, tinha representado uma milagre para mim.

E a zazie, que já cá anda há tanto tempo?

Outro milagre.

Eu estava convencido que sabia o que era um homem, mas na realidade não possuía senão uma concepção que, olhando agora em retrospectiva, era muito vaga e diluída acerca do que era um homem. Em particular, eu podia até enumerar um certo número de características masculinas, mas não sabia  hierarquizá-las.

Até que Deus terá resolvido dizer-me o que era um homem, um verdadeiro homem, e para isso começou por me fazer descobrir qual era a característica mais importante, a característica suprema e distintiva da masculinidade.

E pôs-me a zazie no caminho, aqui a comentar neste blogue, sempre atrás de mim, sem descanso, sem nunca me largar, sempre a marcar-me o passo, sempre a  dizer cobras e lagartos e tudo o mais que lhe apetece acerca de mim.

E foi assim que eu fui conduzido à Verdade, que descobri o que é ser um homem, um verdadeiro homem,  e qual é a característica distintiva da verdadeira masculinidade.

O Vivendi é que ainda não descobriu, embora eu não me canse de a revelar neste blogue.

a ver milagres...

Agora, a ideia que eu deixei de milagre no meu post anterior não tem nada que ver com a definição de milagre do Espinoza, citada pelo Joaquim. Rigorosamente nada que ver.

Quem está certo? Não sei, se calhar é o Espinoza, quase de certeza é, ainda por cima ele é estrangeiro (embora descendente de portugueses) e judeu. Esta é uma combinação imbatível.

Mas também não é minha pretensão discutir neste post quem tem a verdade acerca do que é um milagre. A minha pretensão é outra.

Aquilo que pretendo é salientar ao Joaquim que o Espinoza, tal como o Kant, nunca teve mulher. E o Espinoza, tal como o Kant, pensava isto acerca das mulheres.

O Espinoza, tal como Kant, era um homem incompleto - um homem que não tinha, nem nunca teve, mulher -, o que não abona muito em favor da sua competência para discutir comigo o que é um milagre (discussão que deixarei para outra altura).

Um homem incompleto ... um homem que não tinha, nem nunca teve, mulher ... mas que importância tem isso para aquilo que um homem pensa?

Tem uma importância decisiva.

E o que é isso de ter mulher, é tê-la fisicamente?

É isso, mas não é só isso - é muito mais do que isso. Um homem que tem mulher é um homem que tem o seu espírito possuído por uma mulher. Amar uma mulher é ter o espírito possuído por ela, é estar pronto a fazer tudo por ela.

Por isso, um homem que tem mulher pensa de uma maneira diferente, muito diferente - porque o seu espírito está possuído por ela - de um homem que não tem mulher.

Ter mulher é... ser possuído por ela, é ter o espírito possuído por ela.

Fantástico ... um milagre...outro.

Na verdade, eu passo agora a vida a ver milagres...

um milagre

O leitor Anónimo, doravante identificado por A., que apareceu recentemente neste blogue, representou para mim um milagre.

Ontem, ao falar ao telefone com um amigo meu que é leitor deste blogue, e que leu "com interesse e alguma comoção" o seu testemunho, perguntou-me se eu o conhecia.

Eu respondi que não. Não faço a mínima ideia quem seja.

Fiquei maravilhado com o que ele escreveu. Fiquei também gratificado por o ter ajudado pelo caminho. Ele não tinha necessidade nenhuma de trazer o seu depoimento a este blogue e ao meu conhecimento. Mas fê-lo. Ele foi um sinal que Deus  pôs no meu próprio caminho.

Para me dizer o quê? O seguinte: "PA, continua o teu caminho, quaisquer que sejam as dificuldades, salta por cima delas. Não estás sozinho. Há pessoas como tu, que te compreendem e te apreciam. Segue em frente, não vaciles".

E é isso que eu vou fazer, seguir em frente sem vacilar.

Próxima etapa: ensinar ao Joaquim o que é um milagre, porque ele não sabe, e o Espinoza muito menos.

não há milagres

A vontade de Deus corresponde às leis da natureza
Um milagre é uma violação das leis da natureza
Por definição, a vontade de Deus é inviolável
Logo não há milagres

Baruch Spinoza, Tractatus Theologico-Politicus - 1677

Comentário: Aqui fica uma elegante demonstração da impossibilidade de milagres. Na minha opinião, não só não existem milagres como seria indesejável que existissem. A existência da nossa espécie ficaria dependente de factores aleatórios, factores contrários às leis da natureza.

o "milagre" está no caminho

Do mesmo leitor Anónimo na caixa de comentários aqui:

"O milagre das probabilidades"

O Joaquim acha que, e passo a citar, “ganhar o Euromilhões só seria milagre se o prémio saísse a quem não tivesse comprado o bilhete, mas tal não acontece.” E chega mesmo a dizer que (e eu concordo) “este meu raciocínio não deixa margem para os chamados milagres, em que obviamente eu não acredito. Deixa contudo margem para Algo, que dotou o universo de Leis.”

Acho que agora já consegui perceber porque é o que o Joaquim ficou tão impressionado com o meu relato. Existe ali um ligeiro problema de percepção da realidade. Ele vê milagres onde os milagres não existem. Depois, claro, fica impressionado.

Ou seja, há dois ou três dias eu não compreendia porque é que o Joaquim se tinha deixado impressionar por algo tão simples e que eu próprio, que vivi a “experiência”, considero absolutamente normal e até expectável face ao caminho que venho percorrendo. Agora consigo entender, é apenas uma questão de percepção.

Portanto, parte do problema reside em mim que não fui capaz de explicar as coisas de forma suficientemente clara e objectiva para uma pessoa “randianamente” racional.

Então vou tentar de novo. E faço-o porque considero que é minha obrigação defender o “caminho racional para Deus”.

Na nossa vida vamos tomando uma série de pequenas e, aparentemente insignificantes, decisões. Analisadas isoladamente algumas delas até poderiam cair completamente no esquecimento ao fim de uns dias, semanas ou meses. Outras perduram muito mais tempo.

Em cada uma dessas decisões poderíamos, noutro contexto, ter tomado precisamente a decisão oposta.

Um exemplo, eu actualmente entro num supermercado, escolho algo para os meus filhos comerem e depois pago a conta. Mas se não tivesse dinheiro entraria no supermercado, escolheria algo para o meus filhos comerem e depois sairia sem pagar.

Eu sou a mesma pessoa mas, fruto de uma série de dicisões diferentes no meu passado (e até talvez decisões dos meus pais), no momento actual poderei pagar ou roubar.

No fundo, o que quero transmitir é que na vida estamos permanentemente a jogar ao euromilhões sendo que cada jogada afecta (determina em maior ou menor grau) as jogadas seguintes.

Um dia, sem milagres nem palermices sobrenaturais, se tivermos uma boa memória, alguma sensibilidade, alguma atenção ao pormenor vamos aperceber-nos que apenas algumas dessas milhares de decisões estão ligadas e que fazem sentido.

As ligações são tão fortes e tão absolutamente extraordinárias que, se formos pessoas racionais e objectivos, somos forçados a interrogar-nos sobre como é que isto é estatisticamente possível? Isto, do ponto de vista estatístico, não deveria acontecer. Não é racional que aconteça.

Isoladamente, sim. Pode acontecer. É racional que o euromilhões saia uma vez. Mas se sair várias vezes à mesma pessoa deveremos suspeitar que algo não está certo. Ou melhor, começa a ser é racional especular se não haverá é Algo que esteja muito certo.

28 outubro 2013

teoria económica e realidade

Podemos dividir os bens económicos em bens de consumo, bens de investimento (ou bens de capital ou produção) e bens que constituem meio de troca (nem se destinam a ser consumidos nem a ser utilizados como bem de produção) ou seja, moeda.

Uma dos sintomas sobre a existência de problemas na teoria económica moderna, uma boa parte dela baseada na utilização de modelos matemáticos de equilíbrio é... a forma como trata e encara a moeda.

Estamos a falar da ferramenta social que por excelência permite uma ordem social de cooperação com vantagens mútuas em vez do isolamento em autarcia ou conquista violenta.

Mas na concepção formalista-matemática moderna a moeda não tem existência própria, não existe procura por moeda nem oferta que responda a esta procura, mas sim procura e oferta de crédito e uma taxa de juro.

E quase toda a profissão económica académica desenvolve uma aversão natural pela procura de moeda, onde não vêm qualquer utilidade e até, como os keynesianos e outros, procuram até concentrar o seu diagnóstico de problemas económicos.

Já ao crédito, tudo de bom lhe é atribuído, por isso tudo que facilite a expansão e circulação de crédito é bem visto e (supostamente) compreendido e modelado. Se o sistema bancário pode expandir o crédito pela criação de moeda (essa coisa inconveniente, que assim tem a sua redenção) em vez do acto de poupança monetária, baixando assim a taxa de juro, tanto melhor.

Tirando as bolhas e as crises observadas há séculos, que deitam por terra qualquer credibilidade.

teoria das probabilidades II

















Não existe indeterminismo no mundo material, penso que é isso que o Einstein pretendia dizer quando afirmou que “Deus não joga aos dados”. Tudo o que ocorre tem a(s) sua(s) causa(s), mesmo que não a(s) conheçamos. A ciência baseia-se neste preceito. Afirmar o contrário é “acientífico”.
Os acontecimentos que atribuímos ao acaso também estão sujeitos a este determinismo material, sendo que “o acaso”, traduz apenas o nosso desconhecimento da realidade.
Quando eu afirmo que o Homo Sapiens surgiu na Terra por acaso, não pretendo dizer que foi por sorte, apenas que foi uma de muitas espécies que sobreviveu num “caos ambiental” que em grande medida desconhecemos. Porquê? Não sabemos.
Permitam-me um exemplo sobre o determinismo e o acaso. Atiro uma moeda ao ar, tenho 50% de possibilidades de sair cara ou coroa. Contudo, desde o momento do lançamento que o resultado só pode ser um. O resultado foi determinado por mil e um factores que desconheço, mas que obrigam ao resultado final. A natureza “aleatória” do processo de atirar a moeda ao ar equilibra porém o número de vezes que sai cara e/ou coroa, mas o determinismo do fenómeno não se altera.
Claro que se efetuarmos 500 lançamento da moeda, é pouco provável que saiam 250 vezes cada lado. Comprovando que a teoria das probabilidades é um modelo da realidade, não é a realidade.
Este meu raciocínio não deixa margem para os chamados milagres, em que obviamente eu não acredito. Deixa contudo margem para Algo, que dotou o universo de Leis.
Imagino já que alguns comentaristas se interrogarão sobre o espaço que sobra de livre-arbítrio à humanidade, se nada escapa ao determinismo material. O livre-arbítrio, meus caros, só existe na vida espiritual. É um atributo da alma humana, não do corpo, mas isso são outras contas.

teoria das probabilidades

Deus não joga aos dados

Eisntein

taxa média e marginal

A diferença que a Isabel Stilwell estabelece no artigo anterior entre as taxas de divórcio de 74% e de 38% é a diferença entre a taxa marginal (74%) e a taxa média de divórcio (38%).

Cada um destes números tem a sua validade, dependendo da perspectiva em que é utilizado. Quem quiser fazer história do casamento utilizará, em princípio, a taxa média. Quem se referir ao presente e quiser perspectivar o futuro, utilizará a taxa marginal.

Assim, por exemplo,  são válidas as afirmações seguintes:

-Quem se casou há década e meia tem uma probabilidade de 38% de se divorciar.
-Aqueles dois pombinhos que ontem prometeram amor eterno na Igreja da Lapa têm uma probabilidade de 74% de se divorciarem.
-Nos últimos quinze anos, 38% dos casamentos acabaram em divórcio.
-Hoje em dia, três quartos dos casamentos acabam em divórcio.

O tema pegou

O tema pegou. É o que dá falar para as mulheres (sobre assuntos importantes):

Um artigo de Isabel Stilwell no Expresso desta semana:

Pois é, nem sempre as coisas são o que parecem. Se deitou as mãos à cabeça quando lhe disseram que por cada 100 casamentos 74 acabam em divórcio, continue a ler
Poucas coisas me põem mais fora de mim do que aqueles cortejos nupciais buzinados, em que os convidados não largam o cláxon, mesmo quando estão parados numa fila de carros, absolutamente indiferentes aos pobres habitantes das localidades que atravessam. De tal forma lhes tenho rogado pragas, apelando inclusivamente a que padres e conservadores do registo civil preguem que "casamentos buzinados são casamentos amaldiçoados", que quando vi que por cada 100 casamentos existem 73,7 divórcios, fiquei absolutamente convencida de que o Altíssimo tinha escutado as minhas preces. Melhor ainda, certamente por medo do meu poder de intervenção junto das instâncias superiores, a malta tinha decidido que era mais seguro deixar mesmo de se casar, o que significava uma melhoria significativa da qualidade de vida de todos os portugueses que, como eu, abominam esta poluição sonora, sobretudo durante os meses de Verão. Se em 1990 tolerámos 71 654 cortejos, já em 2012 tivemos a grata satisfação de suportar apenas 34 099 de comitivas de tule hasteado.
Até aqui a minha análise é a mais fácil, a mais alarmista, aquela que alimenta as conversas angustiadas à volta da mesa daqueles que imaginam que o divórcio tomou de assalto a sociedade portuguesa, e cresce a galope, a que se segue o estafado discurso da ausência de valores, etc., e etc., e etc. Até aqui a minha leitura é a leitura de um número com espinhas. Porque, felizmente, na realidade a história é outra.
Tive de ir por partes, dissecando o dígito, com a ajuda de quem entende do assunto. E a primeira coisa que aprendi foi que este indicador compara os divórcios registados num ano com os casamentos celebrados nesse mesmo ano. Ora as estatísticas do INE revelam que os casamentos que acabam em divórcio duram em média 14 anos, ou seja, os 25 mil divórcios registados em 2012 referem-se, em média, aos casamentos de 1998. E como em 1998 se registaram 66 mil casamentos, foram 38% os que acabaram em divórcio, o que, convenhamos, é coisa bem diferente de 73,7%!
Aliás, analisando os números absolutos do divórcio, percebemos que o número de divórcios praticamente não se alterou ao longo da última década. Uma leitura completamente diferente de apontar para uma seta ascendente e deitar as mãos à cabeça.
Porque a seta no gráfico sobe vertiginosamente, lá isso sobe, não porque mais gente se separou, mas porque se registou uma quebra vertiginosa no número de casamentos, e de entre estes, dos casamentos pela Igreja. Esse sim, é o fenómeno novo, que a partir de 2000 parece marcar uma tendência do século xxi, a par do aumento do número de uniões de facto e dos nascimentos fora do casamento - talvez em breve alguém faça um estudo que permita perceber se essas relações são ou não mais duradouras do que as institucionalizadas, que agora só as minorias parecem desejar.
Curiosamente, o que se percebe também é que apesar da tendência para estilos de coabitação que não passam por uma relação com contrato formal, os divorciados parecem continuar firmes adeptos do casamento: das uniões celebradas em 2012, 19% dos homens, e 17% das mulheres já tinham sido casados anteriormente. E se as mulheres divorciadas que voltam a casar ainda são percentualmente menos que os homens, já recasam três vezes mais do que em 1995, vencendo porventura o estigma que tantas vezes as levou a aceitar manterem-se para sempre sozinhas, ou sozinhas com os filhos, para mal dos seus supostos pecados.
Jornalista

a teoria das probabilidades e o criacionismo















Os criacionistas adoram explorar a teoria das probabilidades para justificar a existência do Criador. Na minha opinião é um exercício fútil porque a ocorrência de algo extremamente improvável nada acrescenta sobre a “causa das causas”. Ganhar o Euromilhões só seria milagre se o prémio saísse a quem não tivesse comprado o bilhete, mas tal não acontece.
Voltarei a este tema das probabilidades e do acaso mais tarde, para lhe dar o tratamento devido. Entretanto deixem-me contar-vos uma história muito popular entre os criacionistas norte-americanos e que surte sempre um grande efeito retórico.
-       Se o homem e a sua magnífica obra surgiu do acaso – diz o criacionista – façam esta experiência: levem todos os materiais necessários para construir um Boing 747 para um deserto e regressem 4,5 biliões de anos mais tarde, a ver se por acaso já lá está o avião construído.
A plateia adora este argumento. Contudo foi exatamente isso que aconteceu, como a realidade demonstra.
A Terra tem cerca de 4,5 biliões de anos. Durante este período começaram por surgir formas simples de vida que evoluíram até ao Homo Sapiens, há cerca de 200.000 anos. E foi o Homo Sapiens que extraiu do planeta todos os materiais necessários para construir um avião e, eventualmente, criou o Boing 747.
Portanto, o exemplo do criacionista ocorreu na realidade. O efeito retórico resulta da nossa incapacidade para compreender um período de 4,5 biliões de anos.
Foi esta a inteligência que Deus nos Deu.

27 outubro 2013

o acaso

Mas o nosso leitor que venho citando levanta uma outra questão - que é a questão das probabilidades - e que é verdadeiramente a questão que o Joaquim parece ter dificuldade em ultrapassar.

E para a discutir, eu decidi desta vez matar dois coelhos com uma só cajadada. Num post anterior, disse que uma mulher tem mais facilidade em chegar a Deus pela razão do que um homem, que um homem demora mais tempo.

Vamos à origem das coisas. Considere uma mulher grávida. (Repare que, para saber o que vou dizer a seguir eu tive primeiro de conviver intimamente com uma mulher grávida, e várias vezes - coisa que nunca aconteceu, por exemplo, ao Kant, que nunca conviveu intimamente com nenhuma mulher, menos ainda grávida).

Ao longo dos nove meses de gravidez, uma mulher grávida põe-se intimamente muitas questões, preocupações íntimas, algumas das quais ela exterioriza com o marido: será a criança defeituosa, virá com algum defeito - num braço, num dedo, num olho? e se fôr mongoloide? será feia? virá um dia a ter algum defeito de carácter?, etc.

Esta mãe sabe que não é ela que faz o bebé, que, na realidade, ela só o faz numa pequena parte, porque quanto ao resto - as feições, a côr dos olhos, o estado de saúde, o sexo, o seu carácter à nascença (se é muito chorão ou não) - enfim, tudo o que é importante acerca dessa criança,  não foi ela que  fez. Se fosse ela a fazer, teria feito tudo perfeito, e não haveria lugar a nenhuma daquelas preocupações íntimas.

Chega o dia do nascimento e o bebé sai perfeito, saudável, gorducho, rosado, risonho, bonito.

Quem produziu este resultado?

Certamente que não a mãe - já vimos.

Então, quem?

-O acaso! (suponho que diria o Joaquim)

-O acaso?

Mas se fosse o acaso, metade das crianças sairiam perfeitas e a outra metade defeituosas... quando a realidade é que a esmagadora maioria das crianças (digamos, 99%) saem perfeitas e só uma pequena minoria defeituosas (digamos, 1%).

-É porque o acaso deu isso, 99% para um lado e 1% para o outro (suponho que insistiria o Joaquim).

-Mas então o acaso é bondoso ... está enviesado para o bem?...  Um acaso enviesado é a negação do acaso. Ainda por cima um acaso enviesado  para o bem...É como uma lotaria que em 99% das semanas dá a sorte grande a alguém da mesma família.

Aquela mãe que acaba de ver o seu bebé perfeito, ao cabo de nove meses de interrogações e preocupações íntimas, só pode dar graças a Deus. E o agradecimento é absolutamente racional. Perfeito como ele é, ela deve-o a Ele.

ontem, hoje e amanhã II


Longe de mim contestar a natureza extraordinária, como lhe chama o PA, da experiência que o nosso leitor teve a amabilidade de partilhar connosco e que começo por agradecer, o que se calhar devia ter feito neste post. Não o fiz apenas para manter o tom coloquial. Obrigado.
A finalidade do meu post era realçar a natureza simbólica da experiência descrita, a sua carga psicológica. “Fazer as pazes com Deus” é, no fundo aceitarmo-nos como somos. Penso que nem o PA, nem o nosso amigo leitor, contestaram esta minha interpretação.
Sinais convincentes e convergentes, “ligar os pontos”, são processos característicos da maneira de pensar de qualquer ser humano. Passa-se o mesmo quando estudamos qualquer disciplina. Eu passei anos a estudar anatomia, fisiologia, patologia, etc., e nada parecia fazer sentido, até que um dia consegui “ligar os pontos” e me tornei médico. Um velho mestre tinha-me dito: ‹‹um dia, tudo isto que lhe estamos a ensinar vai fazer sentido››. Nada de extraordinário nesta aprendizagem – é a vida.
Na nossa experiência pessoal passamos pelo mesmo. Vamos aprendendo a ler sinais e a juntar os pontos até que um dia somos “Homens ou Mulheres”. Apreendemos e desenvolvemos uma narrativa do mundo que faz sentido e na qual acreditamos. Cada um vive esse processo “ordinário” de forma “extraordinária” e eu respeito essa perspectiva pessoal.
Claro que quem vive em Portugal desenvolve uma visão diferente do mundo do que quem vive, por exemplo, no Japão. O nosso amigo comentador parou o carro e entrou numa Igreja Católica, um japonês poderia ter parado o seu Toyota e entrado num templo Budista. Ambos poderiam falar das suas experiências da mesma forma apaixonada, mas para o antropólogo pouca diferença faria.
Um pequeno exemplo ajuda sempre, numa cultura que valoriza o pensamento analógico (PA). A mais velha história do mundo: rapaz conhece rapariga e apaixonam-se. É evidente que se trata de uma história banalíssima, mas que, a todos os títulos é extraordinária para os intervenientes. A primeira paixão, meu Deus – claro que é um fenómeno extraordinário, não deixando de ser ordinário. É isto que eu penso.
Relativamente à questão de Deus ser um assunto público ou privado, não vou discutir com o mestre, porque não sei o suficiente sobre o assunto. O meu comentário resultou da minha experiência de vida nos EUA e em Portugal. Nos EUA fala-se muito mais de Deus, claro está. Os evangelistas marcam presença na arena política, os crentes fazem votos públicos e até os líderes terminam os seus discursos com o proverbial “God bless America”. Em Portugal não é assim e seria até considerado ridículo que um presidente ou primeiro-ministro falasse de Deus. Não devia ser assim? Não tenho resposta para esta pergunta porque a realidade é o que é.
Sob um ponto de vista pessoal, como disse no meu post, raramente me sinto à vontade para falar de experiências íntimas. Sendo que não o faço por pudor ou vergonha, não o faço porque receio quebrar um certo encanto que advém de considerar extraordinárias experiências que outros considerariam vulgares.
Voltemos ao exemplo do enamoramento, aos olhos de terceiros o que parece uma paixão? Um devaneio, um momento de delírio, receio até que para alguns seja apenas luxúria.
Espero não ter quebrado nenhum encantamento, não era essa a minha intenção.

privatizou Deus

Os dois testemunhos que publiquei aqui e aqui deste leitor são, para mim, extraordinários.

Porquê? Porque aconteceu exactamente o mesmo comigo. O processo foi rigorosamente o mesmo.

Da segunda vez, o leitor reage a um post do Joaquim sobre a questão da privacidade. Curiosamente também, eu estive para reagir ao mesmo post do Joaquim e pelo mesmo motivo.

Na nossa cultura católica, e ao contrário da cultura protestante, Deus não é um assunto privado, é um assunto público. Pode-se falar à vontade sobre Deus em público, pode-se discutir perfeitamente Deus em público e, na minha opinião, deve-se discutir Deus em público.

E isto é assim porque acreditando a nossa cultura católica (e certamente eu e este leitor) que se pode chegar a Deus pela razão, o debate que daí resulta é um debate racional.

Não é assim no protestantismo, e foi Kant o filósofo que maior influência teve nisso. Não podendo nós chegar a Deus pela razão, mas apenas pela fé desligada da razão, não se pode nem se deve discutir Deus em público porque  a discussão que daí resulta nunca poderá ser racional.

Kant privatizou Deus.

o grande encanto

Ao contrário do que o Joaquim pensa, a grande intimidade do processo reside nos sinais convincentes e convergentes. E sobre isso ele não leu há um ano, nem ontem, nem nunca irá ler uma única linha escrita por mim acerca disso, nem mesmo como anónimo.

Aliás, arrisco-me mesmo a dizer que o Joaquim nunca irá ler isso escrito por ninguém que tenha, efectivamente, conseguido interpretar e relacionar esses sinais.

Mas não é tudo, caro Joaquim. O grande encanto não foi vivido ontem.

O grande encanto foi no momento em que consegui ligar todos os pontos. Citando PA, "perante muitos sinais convincentes e convergentes que a realidade me foi fornecendo ao longo do tempo, fui gradualmente pondo-os em conjunto, articulando-os, até que chega o momento em que a conclusão se torna inevitável, uma absoluta necessidade lógica."... aqui sim, reside o encanto.

Mas ainda relativamente à privacidade, tivesse eu o email do Prof. PA e nem o Joaquim nem ninguém teriam lido o meu comentário (promovido a post por decisão exclusiva do Prof. PA que não conheço). Limitei-me a dar o meu testemunho no sentido em que este confirma as teses de PA.

Vou tentar explicar-lhe de outra forma:

Imagine o Joaquim que a Anónimo, LDA é uma microempresa familiar que após anos de reuniões com a gigantesca multinacional Deus, SA finalmente percebe que a Deus, SA sempre esteve disponível para incorporar a Anónimo, LDA no seu grande e poderoso grupo ecuménico com representações próprias (qual franchising!) em cada aldeia do mundo.

Então, o CEO da Anónimo, LDA reúne-se em privado com o CEO da Deus, SA e redigem um memorando de entendimento com vista à incorporação. Desse memorando constam vários artigos e suas respectivas cláusulas. Um dos artigos intitula-se "Sinais convincentes e convergentes" e outro "Ligar os pontos". Basicamente o CEO da Anónimo, LDA teve de "confessar" ao CEO da Deus, SA como é que tinha percebido que esta multinacional ecuménica sempre tinha estado aberta a incorporar a sua pequena e insignificante microempresa.

No final da reunião, no maior e mais rigoroso sigilo, assinam o contrato e dá-se a incorporação.

À comunicação social chega uma PR onde consta apena: "A Deus, SA incorporou hoje a Anónimo, Lda e mais outras 375.873 empresas familiares".

Perante isto, o Joaquim fica impressionado?!?!?!
5:22 PM
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Anónimo Anónimo disse...
Mas vou simplificar o melhor que consigo.

Deus reside em cada um de nós. E existe um momento em que nos damos conta disso.

Alguns sempre souberam porque acreditam (fé).

Outros, como eu, necessitam de provas. Aos 20 anos nunca pensei que as fosse ter, portante, julguei que seria agnóstico para sempre (era a única opção racional e lógica).

Contudo, (sic) "perante muitos sinais convincentes e convergentes que a realidade me foi fornecendo ao longo do tempo, fui gradualmente pondo-os em conjunto, articulando-os, até que chega o momento em que a conclusão se torna inevitável, uma absoluta necessidade lógica."

Assim:
- Face a todos estes sinais convincentes e convergentes que a vida nos vai fornecendo
e
- perante a articulação lógica entre eles, ou seja, quando conseguimos ver ordem no que até então era apenas caos,

só existe uma conclusão racional a tirar: Ele existe ou Algo existe.

Por outras palavras, pode sair-me o euro-milhões uma vez. Já sair-me o euro-milhões várias vezes ao longo de 10 anos é, no mínimo, estatisticamente, estranho.

Com os sinais acontece precisamente isso. O que nos apercebemos é que existem certos acontecimentos que são estatisticamente tão improváveis de ocorrer que algo não bate certo. Ocorrer uma vez, vá que não vá. Duas vezes, começo a torcer o nariz...

Analisando os sinais isoladamente ainda podemos aceitar a coincidência... algumas coincidências. Mas quando do caos nasce a ordem, torna-se irracional não aceitar as evidências. Somos levados a considerar que algo estatisticamente muito improvável só pode ter acontecido porque na verdade era impossível (e não improvável) e aconteceu precisamente porque Algo fez com que acontece.

Para melhor entender é necessário perceber que o cerne da questão está no tempo e nas relações entre os acontecimentos e não nos acontecimentos isolados em si.
5:45 PM
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Não ter mulher

"Quando era novo podia fruir dos prazeres do casamento, mas não tinha dinheiro suficiente para sustentar família. Agora, que a poderia sustentar, não estou em condições dos desfrutar. Por isso, nunca me casei e de nada me valerá fazê-lo agora."


Esta afirmação foi feita por um filósofo que morreu solteiro aos 80 anos de idade. Era considerado um racionalista, há mesmo quem lhe chame o pai do racionalismo moderno.

Ora, não ter dinheiro é certamente uma razão para um homem não se casar (tal como existem muitas outras), mas não é a principal - não é a razão sine qua non, a verdadeira razão.

Ora, de uma racionalista, que é o pai de todos os racionalistas modernos,  esperava-se que ele apresentasse a Razão sine qua non para não se ter casado, e não uma razão trivial como a de não ter dinheiro (ou não lhe apetecer, ou não gostar do casamento, ou ser enfermo, etc.).

Mas então qual é a verdadeira razão, a razão sine qua non  para que um homem não se case?

Não ter mulher. Ele não tinha era mulher. Porque um homem que tem mulher, que ama verdadeiramente uma mulher, casa-se sempre com ela - desde que ela aceite, bem entendido. Entretanto ou depois é que vai arranjar o dinheiro.

O que é que impediu este filósofo de chegar à razão pura, à mais pura de todas as razões para não se ter casado?

Não ter mulher. A razão pura, a verdadeira razão, tal como Deus, só se encontra em comunidade. Ora, este filósofo viveu sempre sozinho.

O problema deste filósofo já se percebeu qual é. Em pondo lá mulher rebenta-se com a sua filosofia.

já está no meu Kindle

Indispensável na biblioteca de qualquer conservador que se preze.

de muito mais tempo

Um dos aspectos que eu achei mais interessante neste depoimento é a conclusão final - a de que se pode chegar a Deus pela razão, demora é muito mais tempo. É que eu tinha passado a tarde de ontem a imaginar-me em diálogo com o Kant, precisamente sobre este tema.

Como é sabido, o Kant considerava que não se podia chegar a Deus pela razão (pura), mas apenas pela fé desligada da razão, uma conclusão que ele tornou célebre com a frase "Tive de negar o conhecimento (razão) para abrir espaço para a fé".

Na realidade, eu terminava o meu diálogo com o Kant precisamente com a última frase do autor do depoimento, apenas com uma qualificação que vai notar mais adiante. Reproduzo a seguir a troca essencial de palavras entre mim e o Kant, não sem antes chamar a atenção para dois aspectos do depoimento do leitor.

O primeiro, é a sua menção da família no processo que o levou a Deus. O segundo é a questão de "ligar os pontos". Este "ligar de pontos" é precisamente o processo racional que o leva a Deus. Perante muitos sinais convincentes e convergentes que a realidade lhe vai fornecendo ao longo do tempo, o autor vai gradualmente pondo-os em conjunto, articulando-os, até que chega o momento em que a conclusão se torna inevitável, uma absoluta necessidade lógica.

Volto agora ao Kant. É ele que inicia o debate:

-Não se pode chegar a Deus pela razão.

-E você esperava lá chegar sozinho?

-Porquê, é preciso companhia?

-Claro que é ... Nem Deus  fez Cristo sozinho ... só através da comunidade se chega a Deus...

-Como assim?

-Olhe, arranje mulher, fecunde-a e vai ver como chega a Deus pela razão. Há só uma diferença - ela, se quiser, chega lá num instante, ao passo que você vai precisar de muito mais tempo.

o efeito Coolidge II


Decorridos alguns minutos após iniciarem as “hostilidades sexuais” da praxe matrimonial, o marido apercebe-se de que nem ele nem a mulher parecem estar com grande apetite, pelo que comenta:
- O que é querida? Também não consegues pensar em mais ninguém?

PS: Do livro citado no post anterior