29 junho 2013

uma teoria da corrupção

A minha teoria é que uma grande percentagem dos portugueses só não é corrupta porque não consegue, porque a coisa lhe passa ao lado.
Ionline

28 junho 2013

The tone seems to be similar across all banks - Angela Merkel

At the European Council summit in Brussels, Ms Merkel was asked about her reaction to the Anglo tapes. She said it was very difficult for people who get up in the morning and go to a regular job to accept the talk of bankers.
"It is a real damage to democracy...for everything we work for. The tone seems to be similar across all banks," she said.
Ms Merkel said it was a huge challenge to convince people who get up every day and every day do their work and always pay their taxes, do everything, even show solidarity with other people who are weaker.
"All of this is destroyed by that and so I have nothing but contempt at that."
Independent

Angela Merkel:
- É um grande prejuízo para a democracia... para tudo por que trabalhamos. O tom parece ser o mesmo em todos os bancos. Assim é muito difícil convencer as pessoas, que se levantam todos os dias para trabalhar e que cumprem com as suas obrigações, a serem solidárias.
- Todo o nosso esforço é destruído pela atitude dos banqueiros e portanto eu só tenho é desprezo por tudo isto.

um número que tirei do rabo




 ... Anglo’s former head of retail banking, Mr Bowe appears to describe how the bank cynically lured the government into a €7bn rescue in full knowledge that the sum would be nowhere near enough to save the lender. The thinking, he suggested, was that once Dublin had been “pulled in”, it would have no choice but to keep picking up the tab.
In the end, the Irish government was forced to pump €30bn into Anglo and roughly the same amount into Ireland’s two other cash-strapped banks, Bank of Ireland and Allied Irish Bank – rescues that brought the entire Irish economy to its knees.
On tape, Mr Fitzgerald asks Mr Bowe how he arrived at the €7bn figure. Referring to a nickname for the bank’s disgraced former chief executive David Drumm, Mr Bowe is heard saying: “Just as Drummer would say, ‘picked it out my arse’.”

Telegraph

Fitzgerald:
- Como é que chegaste à cifra de 7.000 M€?
Bowe:
- Foi um número que "tirei do rabo"...

upgrade to christianism

27 junho 2013

justiça popular

O Congresso adiantou nesta quarta-feira (26), em regime acelerado, a votação de projetos que dormiam em gavetas, entre eles o que transforma corrupção em crime hediondo. Outra proposta que teve tramitação acelerada é a que acaba com o voto secreto na Câmara no caso de cassação de mandatos de parlamentares.
Os presidentes da Câmara e do Senado receberam grupos de manifestantes.“O povo brasileiro está arrancando conquistas históricas. A Câmara não tinha o costume de nos receber com toda essa pompa que nos recebeu hoje”, diz Rodolfo Mor, ativista de direitos humanos.
Nesta quarta-feira, os senadores aprovaram a proposta que torna corrupção crime hediondo. O projeto estava parado na casa desde 2011. O presidente do Senado saudou a aprovação. “O Congresso é a representação do povo e tem que estar sintonizado verdadeiramente com as ruas”, afirmou Renan Calheiros (PMDB-AL).
                                                                                                                                                                           O projeto incluiu seis crimes como hediondos. Entre eles, estão corrupção ativa e passiva e a concussão, quando se exige vantagem indevida em função do cargo. A pena mínima, que era de dois anos, passa a ser de quatro anos de prisão, e a máxima continua sendo 12 anos de reclusão.

O Globo

Comentário: A rua legisla.


26 junho 2013

Resumo esquemático das soluções partidárias para a economia

O nosso colega CGP publicou um segundo resumo esquemático: desta vez sobre as soluções de cada partido para o problema da falta de recursos.

justiça privada


"A Associação Portuguesa de Arbitragem foi constituída no dia 27 de Março 2006 por um grupo de destacados académicos, advogados e magistrados. Segundo os seus estatutos, esta Associação tem por objecto "fomentar a arbitragem voluntária, interna e internacional, como método de resolução jurisdicional de litígios sobre direitos disponíveis, bem como promover a sua utilização em território nacional".

Entretanto foi publicada hoje a Lei n.º 41/2013 – o novo Código de Processo Civil, que contém o termo "arbitral" em 18 locais e "arbitragem" 8. Para já, é a análise possível (nem eu sou jurista).

a hora das revoluções

As revoluções surgem quando as alternativas institucionais estão esgotadas

um desperdício de dinheiro

O Sr. Anacleto tem 80 anos. Trabalhou toda a vida e conseguiu acumular um pecúlio razoável, tem activos no valor de 5 M€ e cerca de 500.000,00 € numa conta bancária. Infelizmente, acabou de lhe ser diagnosticado um carcinoma da próstata metastático sem sintomas.

Estava a planear investir 350.000,00 € numa quinta que ia deixar à família, mas com este diagnóstico nem sabe o que fazer. Uma neta está grávida e o Sr. Anacleto pode nem chegar a conhecer o seu primeiro bisneto.

Entretanto, um médico amigo falou-lhe de um tratamento imunoterapêutico chamado Provenge que fazem nos EUA, mas que custa US $93,000. Fora as deslocações, estadias no hospital e honorários médicos. O tratamento com Provenge foi aprovado pelo FDA e sabe-se que não cura o carcinoma da próstata, mas pode prolongar a vida em cerca de 4 meses.

O Sr. Anacleto não hesita, faz as malas e ala para os EUA. Desiste da quinta e investe em mais uns mesitos de vida. Quer “brincar algum tempo com o bisneto”...

Na minha opinião, o Sr. Anacleto tomou uma decisão sensata. Utilizou as suas poupanças para desfrutar de mais alguns meses de vida. Para o Prémio Nobel da Medicina Oliver Smithies, porém, o Sr. Anacleto desperdiçou um balúrdio que podia ter sido utilizado para vacinar crianças em África.

São opiniões, eu acho que o Sr. Anacleto deve usufruir dos seus activos como muito bem entender. O meu colega Oliver acha que os recursos alheios devem ser canalizados para satisfazer os seus elevados desígnios humanistas.

‹‹Meu caro Oliver, é fácil fazer caridade com o dinheiro (e a vida) dos outros››.

o direito à patacoada

"Temos de investir mais em prevenção, mesmo que isso implique cortar cuidados de saúde"

"A maioria dos tratamentos que existem actualmente são para pessoas da minha idade e muitas vezes são um desperdício de dinheiro para o tempo de vida que oferecem: centenas de milhares de dólares por mais três meses, por exemplo", disse. "Por outro lado, quando se gasta 20 cêntimos numa vacina em África ganha-se uma vida", contrapôs.

... existe um problema de culpa que dificulta a tomada de decisão. "Temos de o enfrentar. As pessoas pensam que se fosse o pai ou o avô queriam fazer tudo ao seu alcance. Se se multiplicar isto por todas as pessoas que integram o congresso ou um governo, percebe-se a dificuldade", disse aos jornalistas. "Mas esta abordagem tem usado muito dinheiro para pouco benefício.

Ionline

Comentário: Até um Nobel pode dizer umas patacoadas de vez em quando.

25 junho 2013

nas urnas

Se os portugueses pretendessem expressar a sua indignação contra o "status quo" nas urnas, em que partido poderiam votar? Em nenhum, porque estão todos comprometidos com a situação actual.
As revoluções acontecem precisamente porque não há saídas institucionais para ultrapassar determinadas crises políticas.

voilà

Há uma insatisfação generalizada e difusa, sem foco - Rodrigo Constantino, no Globo, com link no Blasfémias

Cometário: O Brasil, como aliás Portugal e a maior parte dos países desenvolvidos, necessita de menos "Ordem e Progresso" e de mais liberdade. A "sociedade em rede" não é compatível com um poder centralizado que controla todos os aspectos da vida dos cidadãos.

Municipalismo

Em tese, os municípios podem exercer todas as capacidades que quiserem exercer. Tal como as freguesias podem ser instrumentos de gestão apartidária (para que servem aqui os partidos?) com maiores funções (e recursos) que as actuais.

E as políticas nacionais? Em tese, podem desaparecer uma boa parte delas. Por exemplo, a existência ou não de salário mínimo e de que valor, em vez de nacional, devia ser decidido localmente. Política industrial, agrícola e turística? localmente.

A cobrança de impostos ainda que gerida centralmente, pode permitir que cada município determine a sua componente de taxa de IRC e IRS (para o qual seria vantajoso que uma taxa única fosse aplicada). Eu veria o IMI também como componente de receita directa da freguesia. Deviam, de resto, ser os pagantes de IMI e arrendatários, a eleger o orgão de gestão da freguesia.

O constitucionalismo põe o centro dos regimes numa (ou em duas) assembleia nacional, é esse o problema. Tende a centralizar inevitavelmente. O centro do regime deve ser o municipalismo. Asneiras locais em concorrência com bons exemplos locais é muito mais benigno que asneiras nacionais. Crónicas.

Were the Middle Ages Dark? -- Prager University

Bitcoin contra o centralismo democrático

"Este fenómeno é parte de uma tendência mais ampla de estruturas de poder em rede e globalizado, que tendem a minar os sistemas baseados no estado-nação a que estamos acostumados" Why Bitcoin is on the money, Telegraph

Eu diria que fenómenos como o bitcoin minam o "macro"-estado-nação-centralizado, cujo peso e empecilho ao desenvolvimento se torna cada vez mais notório, e onde um dos pilares de sustentação (e possível implosão futura) é o conjunto monopolista Banco Central - Moeda - Dívida Pública.

a brigada do reumático

Salgueiro & Leite contra o governo

o fim do "centralismo democrático" II

Agora, estão nas ruas mas não há uma causa única por detrás dos protestos. Sob um sentimento genérico de insatisfação, abrigam-se diferentes queixas e reivindicações, que ninguém até agora conseguiu reunir sob uma única bandeira.

Comentário: No meu post do dia 23:  A malta que vem para a rua apenas quer que o Estado os deixe viver as suas vidas. Querem ser livres!

24 junho 2013

as mulheres que julgaram Berlusconi

... esqueceram-se da venda

Uma ideia brilhante de Rui Tavares

550
Eu acho que um Estado unilateralmente, mesmo um Estado que esteja sob um programa, pode perfeitamente fazer uma série de políticas concretas de ruptura com a austeridade. Eu faria, por exemplo, um sistema de títulos, dentro do próprio país, antecipando o pagamento dos impostos, que seriam transaccionáveis e que permitiriam captar poupanças, dando ao orçamento central um certo desafogo e eventualmente possibilitariam uma renegociação da dívida.
Como estes títulos seriam emitidos pelo tesouro, que ficaria obrigado a pagá-los com impostos futuros, proponho que se chamassem “títulos do tesouro” ou “obrigações do tesouro”. Antecipar despesa no presente recorrendo a impostos futuros: aí está algo que nunca ninguém se lembrou antes. Uma ideia brilhante digna de um eurodeputado da nação.

E então a nação portuguesa?

Então... nada de genuíno pode ser construído, reconstruído, inventado de velho ou de novo, sem o ser a partir do berço do municipalismo, das freguesias e dos bairros... poderei mesmo dizer... paróquias?

Mandem a política nacional para as ortigas. É um produto tóxico.

Islão-teo-monárquico-absoluto



23 junho 2013

o fim do "centralismo democrático"

O Estado moderno é um polvo que estende os seus braços a quase todas as actividades humanas, do berço à cova - como se costuma dizer.

O poder central, legitimado por eleições democráticas, impõe normas e condiciona os cidadãos no exercício dos seus direitos fundamentais, ao ponto de asfixiar qualquer esperança  num futuro melhor.

A revolta que se vive no Brasil, ou na Turquia, resulta, na minha opinião, deste excesso concentracionário. A malta que vem para a rua apenas quer que o Estado os deixe viver as suas vidas. Querem ser livres!

Os problemas de que falam, sejam os transportes, a educação ou a saúde, não têm solução no actual paradigma político. O Estado tem de se limitar às sua funções essenciais e descentralizar tudo o resto.

Quando se fala da reforma do Estado em Portugal seria útil que retirássemos alguma lições destes fenómenos políticos recentes. Cada comunidade sabe melhor o que lhe convém do que um qualquer burocrata, sentado num ministério em Lisboa, armado de régua e esquadro.

justiça IV

É comum afirmar-se que as mulheres não têm qualquer sentido de Justiça e até que nas sociedades com uma cultura feminina, como a portuguesa, a Justiça não funciona. O PA tem explicado isto mesmo, em inúmeros textos publicados aqui no PC, e muitos outros autores, igualmente notáveis, parecem partilhar esta opinião.

Neste post gostaria apenas de colocar duas questões a que vou tentar responder sucintamente.
  1. Se as mulheres não têm qualquer sentido de justiça, porque é que "A Justiça" - justitia - é representada por uma mulher?
  2. Qual é o factor que limita o sentido de justiça feminino?
A minha resposta à primeira pergunta é que "A Justiça" depende, na sua essência, da ordem e da tradição, e as mulheres são as guardiãs naturais destes valores. Sem elas a justiça não teria existência possível e é por isso que, na minha opinião, a justiça é representada por uma figura de mulher.

A resposta à segunda pergunta só a descobri, com clareza, na sexta-feira passada. É porque não conseguem colocar a venda nos olhos, isto é, não conseguem ignorar e abstrair-se de tudo o que sabem e pressentem sobre cada caso particular. Os julgamentos femininos tornam-se, portanto, demasiado personalizados e a Justiça, na sua aplicação da Lei, pretende-se o mais impessoal possível. Eis o problema!

Em abono da verdade, devo acrescentar que esta característica feminina permite-lhes julgar mais depressa e melhor em sede de disputas familiares ou até "paroquiais". A verdadeira dificuldade só se manifesta, por assim dizer, em sede judicial, quando é imprescindível "colocar a venda".

justiça III

Estátua de Leopoldo de Almeida, no Palácio da Justiça do Porto. A justiça é representada sem venda, segurando uma balança desequilibrada.

justiça II

A representação tradicional da justiça, de olhos vendados - igualdade perante a Lei, com uma balança numa das mãos - equilíbrio, e empunhando uma espada - poder judicial.

A foto é de uma estátua de Berna, do Séc. XVI. A primeira que se conhece em que a "justiça" está vendada.

justiça I

Têmis, filha de Gaia e de Urano foi a segunda mulher de Zeus. É considerada, na mitologia grega, a deusa da justiça.
A razão pela qual a justiça é representada pela figura de uma mulher é talvez por estas serem as guardiãs da tradição e da ordem.

21 junho 2013

Bond Bubble RIP

Educação

Steve Jobs faz aqui uma defesa razoável dos cheques-educação (do qual sou céptico, mas que se aplicado de forma local o serei menos) e da concorrência entre estabelecimentos de ensino, e contrariando o argumento do ensino para elites confrontando com a realidade do sector automóvel dizendo que o segmento mais acessível é precisamente onde a concorrência é mais forte, aumentando para esse nível de preço, a qualidade do serviço.

Mas ainda antes disso põe o focus da educação na pessoa do professor, como deveria ser mais bem pago, mas inserido num ambiente competitivo e de mérito.

 

para o rui a.




The Wall, dos Pink Floyd, conta a história de um rapaz órfão de pai que é educado por uma mãe dominadora. Em termos psicológicos a ausência do pai traduz a anulação da razão e a importância atribuída à mãe traduz o domínio das emoções.
Alucinado, Pink assume o personagem de um ditador e entrega-se à violência.
As manifestações que têm ocorrido no Brasil recordaram-me esta obra dos Pink Floyd, de quem sou um grande fã.
O Estado moderno tem vindo a alienar os jovens, infiltrando as suas actividades e limitando todas as suas opções por um muro metafórico (The Wall) que é uma verdadeira prisão. É natural que surja a revolta.

leave us kids alone

20 junho 2013

cuidado, joaquim...

Preocupado com algumas acentuadas tendências objectivistas de alguns amigos meus, entre eles o nosso Joaquim Sá Couto, decidi lançar-me numa cruzada contra essa pérfida perversão, a ver se ainda os consigo salvar das labaredas do inferno. Para começar, sugiro ao Joaquim e a todos os seguidores desse culto, a leitura deste esclarecedor artigo. O assunto não poderia ser mais sério...

RIP

as mulheres

Sans les femmes le commencement de notre vie seroit privé de secours, le milieu de plaisirs et la fin de consolation.
Jouy

O meu francês está um pouco ferrugento, mas penso que não adultero o pensamento do autor com esta tradução:

Sem mulheres o começo da nossa vida ficaria privado de amparo, o meio de prazer e o fim de consolação.
Grande verdade.

A cultura portuguesa numa frase

"há alguém em Oxford que chegou até Viseu e sabe o seu êxito como cidade", disse o presidente da Câmara Municipal de Viseu, e presidente da Associação Portuguesa de Municípios, depois de ter dado 5,000 Euros do dinheiro dos contribuintes a um grupo de vigaristas para receber o "prémio" de melhor cidade e melhor gestão.

19 junho 2013

Hans-Hermann Hoppe em Madrid

"From Aristocracy to Monarchy to Democracy. A Tale of Moral and Economic Folly and Decay. "

Hans-Hermann Hoppe, filósofo y economista de la Escuela Austríaca La Fundación Rafael del Pino organiza, el próximo día 20 de junio a las 19 horas, la Conferencia Magistral de Hans-Hermann Hoppe titulada “from Aristocracy to Monarchy to Democracy. A Tale of Moral and Economic Folly and Decay. La conferencia irá seguida de un diálogo del profesor Hoppe con Pedro Schwartz, Catedrático Rafael del Pino en la Universidad CEU San Pablo.

Fundación Rafael del Pino

400

Estado contrata quase 400 médicos reformados

Comentário: Sem mudar de paradigma não é possível poupar um tostão, nem na saúde, nem na educação, nem na segurança social.

criou-se ...

Eu contribuí para criar criou-se uma cultura de protecionismo social do Estado.

18 junho 2013

Brasil

A frase mais repetida: ‹‹Os políticos já não nos representam››.

a carta de Lord Nelson

"'I have seen much of the world, and I have learnt from experience to hate and detest republics. 'There is nothing but tyranny & oppression, I have never known a good act done by a Republican, it is contrary to his character under the mask of Liberty. 'He is a tyrant, a many headed monster that devours your happiness and property. 'Nothing is free from this monster's grasp. A republic has no affection for its subjects. 'A King may be ill advised and act wrong, a Republic never acts right, for a knot of villains support each other, and together they do what no single person dare attempt." via dailymail

o Bem Comum

Neste post do Insurgente, o João Luís Pinto coloca a seguinte pergunta, retirada de uma caixa de comentários:

Do ponto de vista liberal, uma pessoa ou um grupo de pessoas deve numa situação de situação de defesa do que julgam ser os seus direitos, centrar-se nos seus objectivos e não no bem comum, ou colocar o bem comum acima dos seus objectivos?

Trata-se de um tema excelente, que distingue, na minha opinião, a esquerda da direita. Para a esquerda, o Bem Comum está acima de quaisquer direitos (estou a falar de direitos cívicos) individuais e todos se devem submeter ao Colectivo. Pelo contrário, para a direita, os direitos individuais são mais importantes e devem limitar a acção colectiva.

Estaremos perante uma dessas fracturas ideológicas inultrapassáveis? Eu penso que não. Se descartarmos as visões utópicas dos que identificam o Bem Comum com o Paraíso na Terra e aceitarmos que o Bem Comum emerge naturalmente da acção individual de cidadãos livres, conseguimos ultrapassar esta aparente dicotomia.

Utilizando um conceito retirado da economia, é como se o Bem Comum fosse o produto agregado da acção individual. Numa sociedade que respeite a vida, a liberdade e a propriedade, todos os que se centrem nos seus objectivos estão a defender o Bem Comum.

evasão fiscal

Papa Francisco revela preocupação com a evasão fiscal em carta dirigida a David Cameron, a propósito da reunião do G-8.

k maduro

... enquanto muitos venezuelanos continuam perseguidos e presos por motivos políticos, o Papa Francisco recebe o herdeiro de Chavez.

17 junho 2013

Steve Wozniak

Numa altura em que a credibilidade de empresas tecnológicas como o Facebook, Apple ou Google está novamente sob análise depois de ter sido revelado que o programa de vigilância PRISM permite acesso aos dados de utilizadores, o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, teceu duras críticas à Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) e a Washington. Wozniak comparou os efeitos deste tipo de sistema à “Rússia comunista” e criticou a dissolução dos direitos fundamentais dos americanos no Patriot Act.
Público

16 junho 2013

doidos

O Ocidente está a fomentar uma guerra sectária generalizada entre Sunitas e Xiitas em todo o médio-oriente enquanto o cristianismo recua aceleradamente.

Os liberais-intervencionistas para o bem no mundo espalhar são o grupo mais candidamente ingénuo de todo o espectro político. Levam os trostky-neocons a sério.

as 10 regras de ouro de uma fiscalidade eficaz


  1. O acesso aos bens de consumo é inversamente proporcional às taxas que sobre ele recaem.
  2. Os indivíduos trabalham e produzem para financiar o consumo actual e futuro.
  3. Os impostos interpõem-se entre os custos e os benefícios do trabalho.
  4. Um aumento de impostos não determina um aumento equivalente da receita (em euro por euro), uma descida de impostos não determina uma perda equivalente da receita (também em euro por euro).
  5. Impostos demasiado elevados podem reduzir a receita fiscal. A relação entre a carga fiscal e a receita está descrita na curva de Laffer.
  6. Quanto mais mobilizáveis forem os factores taxados, maior é a resposta a uma variação das taxas. O inverso também é verdadeiro.
  7. Aumentar um tipo de impostos pode diminuir a receita de outros, enquanto diminuir qualquer imposto pode aumentar a receita dos outros (ex.: aumentar o IVA pode diminuir as receitas de IRC e de IRS).
  8. Uma boa política fiscal deve ter uma base de incidência "sensível" (sensible no inglês) e alargada com taxas baixas.
  9. A redistribuição de riqueza (welfare) é equivalente a um imposto sobre o trabalho e, portanto, tem um elevado impacto na vitalidade económica.
  10. Se A e B forem duas localidades, e se os impostos subirem em B e descerem em A, os produtores têm um grande incentivo para se deslocalizarem de B para A.
Retirado do documento citado no post anterior

New York: Greece minus the riots


New York is one of the PIGS, along with California and Illinois, according to a new study.

New York’s economic outlook, a measurement of factors such as tax burdens, debt service and number of public employees, ranked 49th out of the 50 states, with California dead last, according to the latest edition of “Rich States, Poor States,” the American Legislative Exchange Council’s (ALEC) annual survey (Download aqui)

“The future is happening in the low-tax South and Great Plains, while high-tax California, New York and Illinois are increasingly looking like the Greece of North America,” the study said.
...

What happened in the last recession, Laffer contends, is that some states resorted to raising tax rates as receipts declined along with the economy.

“And raising taxes, especially during trying economic conditions, will only make matters worse. An economy simply cannot tax itself into prosperity,” Laffer says.

New York Post

homens sem qualidades

...

Kafka ya lo identificó en esos invisibles personajes que juzgan y ejecutan a inocentes como K. por crímenes fantásticos e inexistentes, pero el gran mérito de Hannah Arendt es haber sacado de la literatura a ese hipócrita y darle el protagonismo que merece como secuaz indispensable de los verdugos y haberlo tipificado como el agente predilecto del mal en el universo totalitario.

Eichmann “no era ni un Yago ni un Macbeth”, dice Hannah Arendt, ni tampoco un estúpido. “Fue la pura ausencia de pensar —lo que no es poca cosa— lo que le permitió convertirse en uno de los más grandes criminales de su época. Esto es ‘banal’ y hasta cómico, pues, ni con la mejor voluntad del mundo se consiguió descubrir en Eichmann la menor hondura diabólica o demoníaca”. Lo terrible de Eichmann es que no era un hombre excepcional, sino uno común y corriente. Lo que significa que todo hombre común y corriente, en ciertas circunstancias (una dictadura hitleriana, por ejemplo), puede convertirse en un Eichmann.

Algo de esto había dicho años antes Georges Bataille, comentando el prontuario criminal del valeroso compañero de batalla de Juana de Arco al que se le descubrió más tarde que asesinaba niños en serie porque era un pervertido sexual: que, nos guste o no, en el fondo de todos nosotros, no sólo los “malos”, también los “buenos”, se esconde un pequeño Gilles de Rais.

Vargas Llosa

15 junho 2013

estado da arte da economia política do presente

O crédito e a poupança como de natureza independente sem qualquer relação mútua.

Resultando na obsessão continua em pedir que os bancos concedam muito credito e barato para "apoiar" a economia (e a dívida pública, claro). Ao mesmo tempo que se considera que a retração do consumo retira "procura agregada", sendo assim prejudicial.

Assim crédito e consumo podem e devem (está implícito) ser simultaneamente estimulados. É como se o credito aparecesse (por si) e o consumidor o tornasse sustentável consumindo-o.

Isto depois de estarmos a sofrer as consequências de uma bolha de "muito crédito e barato", que inevitavelmente tem de arrebentar.

Qual é a alternativa? Que o sector produtivo possa retomar lucros suficientes que tornem possível que uma boa parte do investimento seja auto-financiamento.

espionagem

Thousands of technology, finance and manufacturing companies are working closely with U.S. national security agencies, providing sensitive information and in return receiving benefits that include access to classified intelligence, four people familiar with the process said.
...
Makers of hardware and software, banks, Internet security providers, satellite telecommunications companies and many other companies also participate in the government programs. In some cases, the information gathered may be used not just to defend the nation but to help infiltrate computers of its adversaries.

Bloomberg

Mate Choice and the Origin of Menopause

The origin and evolution of menopause is understood poorly and explanations remain contentious. Virtually ignored among explanations is the effect that mate choice can exert on an evolving population. We designed and used a computational model and computer simulation to show that male mating preference for younger females in humans could have led to the accumulation of mutations deleterious to female fertility and thereby produced menopause. Our model demonstrates for the first time that neither an assumption of pre-existing diminished fertility in older women nor a requirement of benefits derived from older, non-reproducing women assisting younger women in rearing children is necessary to explain the origin of menopause.

PLOS Computational Biology

Is Google influencing how Americans think about politics?

13 junho 2013

É o contrário

Carlos Frade [dirigente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe)]: "Se os jovens admitirem cortes retroactivos nas pensões o problema passará a ser deles" negocios.pt

Se os jovens não admitirem cortes retroactivos o problema passará (e já é) deles.

um retrato de Portugal

...
E também o registo de contumazes, arguidos acusados de crimes pelo Ministério Público e que estão fugidos à Justiça, desconhecendo-se o seu paradeiro, passou de cerca de 26 mil, em 2008, para quase 550 mil, em 2012.

No Público de hoje

Comentário: Como é possível que mais de 5% dos portugueses sejam contumazes? Aqui está o retrato fiel de um País onde o Estado está em luta contra os cidadãos.

Na caixa de comentários


Luís Lavoura disse...
Provavelmente o Público apenas colocou um zero a mais. O número real deve ser 55 mil.

Googleproof

O mais chique é não aparecer na Google

'The chicest thing," said fashion designer Phoebe Philo recently, "is when you don't exist on Google. God, I would love to be that person!"

palhaços


O homem detido em Elvas a 10 de Junho por injúrias ao Presidente da República foi ontem condenado pelo tribunal daquela cidade a 200 dias de multa, ao valor de 6,50 euros por dia. Os 1300 euros poderão ser o preço a pagar por ter chamado "chulo", "ladrão" e "gatuno" ao chefe de Estado, e ainda por ter proferido um "vai trabalhar, malandro" aquando das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

... o artigo 328.o do Código Penal, que prevê no número um que "quem injuriar ou difamar o Presidente da República [...] é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa".

No número seguinte, o mesmo artigo diz que, "se a injúria ou a difamação forem feitas por meio de palavras proferidas publicamente", como foi o caso de Costal, "o agente é punido com pena de prisão de seis meses a três anos ou com pena de multa não inferior a 60 dias".

A multa foi, assim, muito superior aos mínimos definidos por lei. E isso aconteceu porque, apurou o i, terá sido tida em consideração a gravidade dos insultos e o facto de terem sido proferidos repetidas vezes em público.


Comentário: Se fosse um intelectual de esquerda a proferir as injúrias será que seriam consideradas tão graves?

12 junho 2013

cínicos


In a guest editorial for Spiegel Online on Tuesday, Justice Minister Sabine Leutheusser-Schnarrenberger said reports that the United States could access and track virtually all forms of Internet communication were "deeply disconcerting" and potentially dangerous.
"The more a society monitors, controls and observes its citizens, the less free it is," she said.
"The suspicion of excessive surveillance of communication is so alarming that it cannot be ignored. For that reason, openness and clarification by the U.S. administration itself is paramount at this point. All facts must be put on the table."
Markus Ferber, a member of Merkel's Bavarian sister party who sits in the European Parliament, went further, accusing Washington of using "American-style Stasi methods".
"I thought this era had ended when the DDR fell," he said, using the German initials for the failed German Democratic Republic.

Comentário: Não é credível que o governo alemão não tivesse conhecimento detalhado destes factos.

españa me mata


Comentário: Os espanhóis terão ódio ao sucesso?

completamente inesperado...

Edward Snowden Is A Ron Paul Supporter, Amanda Terkel, The Huffington Post

surreal

... a Agência Nacional de Segurança norte-americana intercepta todas as comunicações possíveis, em todo o mundo, com poucas cautelas constitucionais para com os cidadãos dos EUA, e absolutamente nenhumas barreiras de proteção de dados para os cidadãos estrangeiros como nós.
Rui Tavares, eurodeputado, hoje no Público

Comentário: A situação descrita é absolutamente surreal, resta-me perguntar: afinal para que serve o Parlamento Europeu?

mas os portos portugueses estão a crescer

Shipping in Crisis: Inside Germany's Ghost Port Ver parte final.

simples

A best-selling author and technology expert has said that web users should boycott internet giants like Google and Facebook if it is confirmed they were involved in a US surveillance programme referred to as Prism.
Wired

a mania da legislação

Para abrir uma loja de ouro em Portugal é necessária apenas uma licença de contrastaria. Depois, é só abrir as portas. A legislação prometida ainda está em estudo.

Comentário: Não sabemos viver em liberdade.

11 junho 2013

A praxeologia está a ganhar II


Should We Trust Economists?, NOAH SMITH

"But the best "experts" that we have -- academic economists -- are in generally ill repute. Surveys have shownthat the public has very little confidence in their predictions. They argue bitterly on op-ed pages and can't seem to agree on the most basic issues. (...)

The problem is that economists haven't really built a model of the whole economy that works. A lot of smart people have spent a lot of time creating tools with names like "dynamic stochastic general equilibrium." But as of this moment, those models can't really forecast the economy like our meteorologists can forecast the weather.(...)

Theory isn't the only problem. Economists don't really have good enough data to understand how the economy works, either. With chemistry or biology, you can put things in a lab and test them out with controlled experiments. With microeconomics -- the study of specific markets -- you can do something similar; for example, the auctions that Google uses to sell online ads were developed by microeconomists. But with macroeconomics -- the study of the economy as a whole -- you can't put countries and entire economies in a lab; all you can do is sit there and watch history go by, and try to deduce some patterns. But often enough, those patterns vanish just as soon as you think you've found one.(...)

Greg Mankiw, one of the world's most famous macroeconomists (and my PhD advisor's PhD advisor) put the sentiment this way in a 2011 New York Times column:
"After more than a quarter-century as a professional economist, I have a confession to make: There is a lot I don't know about the economy. Indeed, the area of economics where I have devoted most of my energy and attention -- the ups and downs of the business cycle -- is where I find myself most often confronting important questions without obvious answers..."
Mas ainda assim o autor não desarma:

"Finally, though mainstream economists may not have it all figured out, they are far better than most of the groups who lurk outside the mainstream. For example, spend an afternoon reading the ideas of so-called "Austrian" economists, who believe that we only need logic to understand how the economy works, and that data and evidence are useless. Absurd. But that's the kind of alternative that's out there, and some people really believe that stuff."

Como já tenho dito várias vezes, um empirista desiludido mais depressa conclui que não existe verdade do que adopta o método reflexivo que a ciilização conheceu desde os clássicos, passando pelos intelectuais da Igreja da Idade Média, mas que o espírito moderno dominado pelo mundo anglo-saxónico e protestante, procura esconder.

O Obama apanhou-me a m*rd* de um email


Sair do €? a via Panamá plus

Panamá, o país sem moeda própria e assim, sem o tradicional Banco Central: "Panamá, país que crece a un ritmo anual del 8%, se postula como centro financiero de América Latina."

PS: Pode-se ("a modos que") sair do € sem obrigar as pessoas e empresas a converter os seus depósitos. Basta declarar que podem circular outras moedas, incluindo e em especial em ouro e prata (e já muito se ganharia se apenas fosse introduzido "apenas" um escudo em ouro amoedado, se os bancos centrais, incluindo o Banco de Portugal, já o utilizam como reserva monetária*). Eu vejo algum potencial numa posição similar ao Panamá adicionando o ouro/prata com a formação de um "cluster" financeiro/industrial na emissão de ouro/prata amoedado e em serviços de depósito em contas correntes.

Falta saber, claro, se isso é compatível com estar na UE e/ou os actuais bancos poderem continuar a relacionar-se directamente com o BCE, embora nada (economicamente, menos certo  politicamente) impedisse que isso acontecesse ou pelo menos que seja possível negociar um dado estatuto de associado que conservasse as vantagens da livre circulação convivendo com o € por opção de quem o queira utilizar. Existe, creio, pelo menos um caso de circulação do € sem fazer parte (ainda) da UE nem do BCE, no Montenegro, depois de ter adoptado unilateralmente o marco alemão em 1999.

PS2: Claro que não é bem isto que muitos pretendem com a saída do €, que é poder gerir activamente a quantidade de uma nova moeda para acomodar défices e dívida nominal denominada nessa nova moeda nacional, e ainda a desvalorização real de salários e preços das exportações. Existem argumentos que podem ser apresentados para tal, em especial vindos da área mais liberal, mas eu sou muito céptico.

*A sua introdução poderia passar por parte da despesa pública (salários e pensões por exemplo) poder ser paga faseadamente utilizando reservas de ouro detidas pelo BdP, o que inserido num plano transitório para o equilíbrio orçamental seria "ouro" sobre azul. A questão fiscal teria de ser abordada (impostos directos e indirectos aplicáveis a mais que uma moeda) mas como tudo com carácter técnico, tem solução.

PS3: Mais info que encontrei Panama’s golden touch:
"With no central bank and the dollar as one of two national currencies, the Panamanian economy is certainly unique, and it has allowed local financial institutions like Credicorp Bank to thrive when the rest of the world is sinking.(...) The SBP requires local banks to maintain a minimum liquidity ratio of over 30 percent, which has ultimately protected the local economy from the worst of the global downturn.(...) When the financial markets hit troubled waters, Credicorp saw an opportunity to expand into a new region while protecting its customers’ assets by investing in precious metals.(...) Credicorp deals with gold and silver commodities for investment but it is the only bank in Panama to also sell the metals directly to their clients as an alternative asset. “Gold is seen as a safe-haven and our customers wanted to diversify their portfolios,” explains Chong. “It has been extremely popular. Customers feel safer and comfortable dealing with a reputable financial institution.”

a visão da Google

‹‹Se estás a fazer alguma coisa que não queres que ninguém saiba, talvez não o devesses estar a fazer››.

Google CEO Eric Schmidt

vou para a China

‹‹Não quero viver num mundo onde tudo o que eu faço e digo é registado››... vou para um país livre (digo eu).

Edward Snowden

10 junho 2013

for dummies

My Global Warming Skepticism, for Dummies

Aqui fica o link para o site do Dr. Roy Spencer, o autor do gráfico a que se refere o Carlos Novais neste post.

a praxeologia está a ganhar

Aos poucos a fantasia de querer aplicar o método empírico-científico às ciências sociais/economia com a mesma validade que às ciências naturais está a desaparecer.

"In a speech discussing the future of liberal education, delivered on the occasion of his retirement as Sterling Professor of Classics and History at Yale, Donald Kagan struck a Rothbardian note:
But hasn’t the scientific method made its way into other disciplines, and can’t its benefits be obtained through them? Where the attempt has been made most seriously, in the social sciences, it has been a failure.(...)" via Time to Ditch the Scientific Method, Jeffrey Herbener

NSA

Porque está a Áustria tão bem?

Daniel Hannan quer saber: A dilemma for free-marketeers: why is Austria doing so well? (...) So let me crowd-source the question (as I've already done , unsuccessfully, on Twitter). Someone out there must be sitting on the answer. Why is Austria doing so well?"

modelos



08 junho 2013

Archicebus Achilles: Oldest Known Primate Discovered



The Mystery of Why Portugal Is So Doomed


Between 2000 and 2012, Portugal's economy grew less on a per capita basis than the U.S. during the Great Depression or Japan during its lost decade. This wasn't a case of the bust erasing the boom, because there was no boom. As you can see in the chart below from Ricardo Reis, a professor at Columbia University, Portuguese real GDP per capita flatlined during the "good years" before falling during the bad. Incredibly, Portugal was richer 12 years ago then it is now.
...
... Portugal's immature financial sector is to blame: it misallocated the foreign capital that poured in to low productivity, non-tradable sectors like wholesale and retail trade. In other words, it wasted money on things that never had a chance of paying off.
...
Part of that something else is Portugal's small business culture. As Matt Yglesias of Slate points out, most of southern Europe, Portugal included, suffers from too much corruption and regulation. Businesses choose to stay small, because it makes sense to just deal with people you personally trust when you can't reliably appeal to the authorities sans-kickback. Businesses can stay small, because the laws make it hard to get big and achieve economies-of-scale. It's a mom-and-pop nightmare of low productivity.


07 junho 2013

Pagar a dívida versus renegociar a dívida versus "que se lixe a troika"

1) Pagar a dívida

Absolutamente nenhuma dívida tem sido paga e ela não pára de crescer. A isso chama-se austeridade extrema.

2) Renegociar a dívida

Uma questão em boa verdade, indiferente. Os "anti-austeridade" no fundo percebem que o "seu" problema não é "pagar a dívida", porque esta não se está a pagar de todo. Os "anti-austeridade" o que querem e precisam é que os credores financiem o crescimento de dívida de forma ainda mais acelerada do que neste momento a troika já actualmente concede.

Renegociar a dívida apenas diminui o stock de dívida a precisar de ser renovada. Mas isso já ocorre por pressuposto (a dívida que vai vencendo é substituída pelo novo credor com origem na troika). Mas  o ponto chave é a necessidade de aumentar o stock para além de renovar a anterior.

A única distinção entre mais ou menos austeridade, hoje em dia, é: crescimento de dívida a cada dia que passa a ritmo elevado ou muito elevado.

 3) Que se lixe a troika

Ora bem, isto é que era mesmo preciso para uma austeridade real. Sem credores, não só deixávamos de ter dívida a crescer para financiar despesa corrente do estado, como seríamos obrigados a entrar em default.

Ou seja: default + défice 0 por natureza de credores desaparecerem + probabilidade alta de falência de bancos + perda de depósitos.

Portanto, que se lixe a troika é realmente o caminho mais ortodoxo e tudo o que daí ocorrer é colectivamente merecido. Em especial o perdido por elites (de que alguns de nós acaba no fundo por fazer parte), quem pouco tem, pouco tem a perder, e eu diria, até muito a ganhar.

Mas é isso que quem quer que a troika se lixe, deseja? Não, o que querem é arranjar forma de os mesmos que em tese, perdoariam qualquer stock de dívida anterior, sejam os mesmos a financiar maior ritmo crescimento de dívida logo a seguir.

Conclusão:

Parece ser melhor ir cumprindo com reduções progressivas do défice que permitam que o crescimento da dívida possa simplesmente desacelerar.

Um perdão ou hair-cut controlado pode ter ultilidade? Sim... Se tomarmos como certo défices reduzidos ou anulados e seja possível resolver o que tal significa para os bancos.

Mas o que pretendem é aplicar as mesmas teorias estimulativas falaciosas que têm deixado o país estagnado mesmo na pré-crise. Ou seja, querem um perdão para repor outra vez e rapidamente o mesmo stock de dívida.

06 junho 2013

Pensões de reforma: a verdade (V)

Medina Carreira: "Tem de se mexer" na CGA e na Segurança Social "para se reduzir a despesa" "Ex-ministro das Finanças defende que os cortes têm de ser feitos na Caixa Geral de Aposentações e na Segurança Social para se conseguir reduzir a despesa do Estado, acrescentando que não será através de cortes na saúde ou na educação que se vai resolver o problema nacional." Mais uma verdade difícil de aceitar.

capital

Só queria chamar a atenção que o capital é o resultado de poupança de particulares e dos lucros das empresas. Nas crises, o caminho mais curto para a sua solução, é a reposição dos lucros das empresas. Uns sonham ser a despesa do estado a fazê-lo, outros mais realistas e dados a menos criancices, sabem que só ajustando a produção e os custos salariais é possível refazer a taxa de poupança das empresas (lucros) a serem aplicados em investimento sustentados.

Há na verdade não uma, mas duas criancices: uma é pensar ser a despesa do estado responsável por estimular pela "procura agregada" a economia e as empresas (os seus lucros), a outra, que é magicamente o "crédito" (uma variável económica que parece aqui independente, que só depende dos bancos centrais e dos bancos) que vai "estimular" o investimento.

Mas não, são os lucros. Eu sei, custa a aceitar. A realidade, a maior parte das vezes, custa.

Resumo esquemático dos problemas do país

Resumoesquematico

"situação mais grave de sempre": as elites nunca foram tão disfuncionais

Depois de levarem à bancarrota, querem sair dela com despesa, défice e dívida para deixar aos netos.
"O fundador do CDS Diogo Freitas do Amaral considerou hoje que Portugal vive a situação mais grave de sempre mas defendeu que só devem ser convocadas eleições depois de constituído o novo Governo alemão."
Ou seja: Que se lixe a troika e a legitimidade da assembleia da república (em crise, parece,nunca a terá), mas pelo sim pelo não, é melhor fazer a continência às eleições alemãs. Deve estar a pensar que de lá vão sair € para as  reformas. Para a de muitos é que já não deve sobrar grande coisa.

Comprar e vender Bitcoins em PT (online ou em cash)

https://localbitcoins.com/

Deve seleccionar PT automaticamente.

Lei Arroja

Lei Arroja sobre competição: "Mais concorrência é uma coisa óptima, excepto no meu sector". Aqui fica mais uma demonstração, desta vez pelo "liberal" Francisco José Viegas, dono de várias editoras.

Overdiagnosed

Quando a medicina transforma pessoas saudáveis em doentes:


BY 1990, many doctors were recommending hormone replacement therapy to healthy middle-aged women and P.S.A. screening for prostate cancer to older men. Both interventions had become standard medical practice.

But in 2002, a randomized trial showed that preventive hormone replacement caused more problems (more heart disease and breast cancer) than it solved (fewer hip fractures and colon cancer). Then, in 2009, trials showed that P.S.A. screening led to many unnecessary surgeries and had a dubious effect on prostate cancer deaths.

NYT

liberdade

"Em grande medida têm que ser introduzidos no nosso sistema de saúde dois princípios que geram uma dinâmica positiva de forma relativamente automática: a liberdade de escolha e a concorrência", afirmou o secretário de Estado da Saúde. Para o governante o que tem acontecido "de forma muito paulatina" terá que ser mais evidente no futuro, graças à transposição da directiva europeia de livre circulação de doentes. A nova legislação, que entrará em vigor em Setembro, prevê que qualquer cidadão da União Europeia possa escolher o tratamento de que necessita, no país que lhe for mais conveniente.

DE

Comentário: Liberalizar com 20 anos de atraso.

05 junho 2013

Se eles podem, porque não o povo?

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La UE abre la guerra comercial con China al imponer aranceles a los paneles solares

China hits back at EU wine over solar panel duties

UE dispara sobre a China e esta retalia sobre Portugal (entre outros).

um enorme aumento de impostos...

... provoca uma enorme recessão - 4%.

Sair do €?

"The tenacity with which Mediterranean voters clutch at the euro, even as it drags them under, is bewildering. Across Southern Europe, the single currency has meant layoffs, tax rises, bankruptcies, emigration and despair. Most people know it: you won’t find many Greeks, Spaniards, Cypriots or Portuguese who speak fondly of the single currency, or of the politicians who took them into it. Yet, oddly, you find even fewer who are prepared to contemplate alternatives." Daniel Hannan

Pois é. Não podemos viver com o € nem sem o €. Daniel Hannan surpreende-se com a tenacidade com que as populações dos países em crise, apesar de tudo, se agarram ao € e dele não querem sair.

Pois a razão, deve ser mais ao menos o que escrevi aqui em:

"Lamento, mas não confio nas nossas elites"


UE e China

Quando a China invade o mercado europeu com produtos que destroem as indústrias portuguesas, a UE fecha os olhos, mas quando a China ameaça a Alemanha, a UE faz-lhe frente.

parafarmácias II

A Ordem dos Farmacêuticos considera que alguns dos medicamentos vendidos fora das farmácias exigem aconselhamento e acompanhamento farmacêutico, devendo apenas ser dispensados nestes estabelecimentos, e defende a criação de uma "terceira lista" de fármacos.

"O conjunto de medicamentos disponíveis em Portugal fora das farmácias tem vindo a alargar-se muito significativamente e inclui fármacos de uso prolongado ou que contêm substâncias ativas que, pela sua natureza, perfil de segurança ou pelas suas indicações terapêuticas, exigem aconselhamento e acompanhamento farmacêutico", lê-se num comunicado deste organismo.

A Ordem dos Farmacêuticos defende, "há muito, a consagração legal da chamada 'terceira lista' de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM), os quais devem apenas ser dispensados exclusivamente em farmácias".

Ionline

parafarmácias

A diferença é grande. Um medicamento de venda livre (sem receita) chega a custar menos 7% numa parafarmácia que numa farmácia tradicional. Um estudo inédito sobre o impacto da política do medicamento nos últimos dez anos, que será apresentado hoje em Lisboa, revela que a venda livre de medicamentos sem receita foi um dos aspectos do sector em que se conseguiu imprimir alguma dinâmica no mercado: nas farmácias que têm uma parafarmácia entre as cinco concorrentes mais próximas os preços chegam a ser 2,3% inferiores - diferença que no caso de uma embalagem de aspirina pode representar 10 cêntimos.

Ionline

04 junho 2013

uma política errada

O Infarmed garantiu hoje que no primeiro trimestre do ano foram consumidas mais 235 mil embalagens de medicamentos do que em igual período no ano passado, num comunicado emitido a propósito de notícias relativas à acessibilidade dos remédios.

"Nos últimos dois anos o preço médio do medicamento baixou cerca de 14% e em 2012 foram consumidas mais de 5 milhões de embalagens", aponta no texto o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde].

Para aquela entidade, "estes dados são objetivos e representam a realidade da acessibilidade ao medicamento no mercado nacional".

Ionline

Comentário: Portugal é um dos países do mundo com maior consumo de medicamentos. O facto de este consumo estar a aumentar, como sublinha o Infarmed, não é elogiável. Pelo contrário, demonstra uma política do medicamento errada.

03 junho 2013

adeus utopias

Como é que podemos recuperar do resultado catastrófico das políticas socialistas dos últimos anos?
É tão simples que chega a ser confrangedor responder a esta pergunta, basta tomar um conjunto de medidas opostas às que Engels e Marx, no Manifesto Comunista, recomendaram para destruir o capitalismo.


  1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado (Privatização de todas as propriedades fundiárias que ainda permaneçam nas mãos do Estado)
  2. Pesado imposto progressivo (Acabar com a progressividade dos impostos e instituir uma Flat Tax)
  3. Abolição do direito de herança. 
  4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. 
  5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo (Privatizar a CGD).
  6. Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado (Privatizar todas as empresas de transportes públicos).
  7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário (Privatizar todas as indústrias com capital do Estado).
  8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura. 
  9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, actuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo. 
  10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc. (Acabar com a educação pública gratuita e permitir que quem não queira estudar possa trabalhar, independentemente da idade).
A vermelho estão as medidas que Engels e Marx recomendaram para destruir o capitalismo e a azul as medidas para salvar o capitalismo e o País.

02 junho 2013

avante camaradas

Como podemos constatar da leitura do Manifesto Comunista (ver post anterior), Portugal já implementou muitas das medidas que, segundo Engels e Marx, nos colocam na rota para um estadio superior do desenvolvimento civilizacional - o Comunismo.

De todas as propostas enunciadas, gostaria de destacar a mais importante: ‹‹o pesado imposto progressivo››, considerado como um meio para ‹‹arrancar todo o capital à burguesia››. Os governos do PS e do PSD têm-se esmerado neste objectivo.

Resta apenas um problema, uma vez que o comunismo acabou, Portugal ficou na rota para onde?

Manifesto Comunista - 1848

O proletariado usará a sua dominação política para arrancar a pouco e pouco todo o capital à burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção na mão do Estado, i. é, do proletariado organizado como classe dominante, e para multiplicar o mais rapidamente possível a massa das forças de produção.

Naturalmente isto só pode primeiro acontecer por meio de intervenções despóticas no direito de propriedade e nas relações de produção burguesas, através de medidas, portanto, que economicamente parecem insuficientes e insustentáveis mas que no decurso do movimento levam para além de si mesmas e são inevitáveis como meios de revolucionamento de todo o modo de produção.

Estas medidas serão naturalmente diversas consoante os diversos países. Para os países mais avançados, contudo, poderão ser aplicadas de um modo bastante geral as
seguintes:
  1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado. 
  2. Pesado imposto progressivo. 
  3. Abolição do direito de herança. 
  4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. 
  5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo. 
  6. Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado. 
  7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário. 
  8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura. 
  9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, actuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo. 
  10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc.
Comentário: É curioso como já em 1848, Engels e Marx consideravam estas medidas "economicamente insustentáveis" e apenas as defendiam como um meio para impor uma dinâmica revolucionária.

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El primer ministro italiano pide perdón a los ciudadanos que tienen que emigrar

Governo (português) incentiva jovens desempregados a emigrar

barafunda

Entretanto, o cruzamento de dados já permitiu ao fisco detetar um fatia de economia paralela composta por 18 mil empresas 'fantasma' que ou tinham cessado a atividade ou não estavam sequer registadas nas finanças.

Comentário: Não é verosímil que alguém emita facturas de empresas não existentes ou que cessaram a actividade, sabendo que estas vão ser remetidas para as finanças.

01 junho 2013

o porquinho-da-índia profissional

Um estudo sobre os problemas da I & D de novos medicamentos nas fases iniciais. Ler entrevista com o autor aqui.

Desde a proibição de ensaios da Fase I em prisioneiros, nos EUA, os grandes laboratórios têm cada vez mais dificuldade em recrutar voluntários.

Fase I

A I & D de novos medicamentos passa por diversas fases até à sua comercialização.

Fase I

Na Fase 1 um medicamento experimental é administrado pela primeira vez em seres humanos. Os ensaios clínicos da fase 1 focam-se principalmente na segurança e tolerância ao medicamento. 
Durante esta fase, são administradas baixas doses de um medicamento experimental num pequeno número de participantes sob observação constante de um investigador. Os participantes destes ensaios são, normalmente, indivíduos saudáveis, apesar de, para alguns medicamentos, as primeiras experiências em seres humanos serem feitas em doentes com a doença que o medicamento pretende tratar. A dose do novo medicamento é aumentada gradualmente durante a fase 1 para permitir ao investigador medir a resposta clínica do participante ao medicamento, se o medicamento é suficientemente absorvido, quanto tempo o medicamento permanece na corrente sanguínea depois de administrado e quais os níveis de dosagem seguros e toleráveis.

Pfizer

Vem isto a propósito desta notícia de hoje, do Público:

... o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) anunciou que pretende lançar já em 2014 o primeiro centro de ensaios clínicos de fase I no país e que funcionará no Hospital dos Covões.

“Com este projecto, os nossos doentes vão poder ter um acesso mais precoce a terapêuticas e dispositivos médicos inovadores, sem que isso represente qualquer encargo para eles ou o erário público”, resumiu ao PÚBLICO o presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes.

Comentário: Não sei avaliar o interesse que Portugal possa ter em participar nestes ensaios tão preliminares da I & D de novos medicamentos, uma vez que são projectos de laboratórios estrangeiros, mas não me parece razoável afirmar que com este envolvimento ‹‹os nossos doentes vão poder ter um acesso mais precoce a terapêuticas e dispositivos médicos inovadores››.