31 maio 2010

receita para acabar com as crises

Há muito que me impressiona o elemento religioso no pensamento da esquerda. A ideia de que a humanidade pode conquistar o “paraíso”, se seguir determinados preceitos, por exemplo, é profundamente religiosa. Desafia aquilo a que alguns clássicos chamaram a tragédia da condição humana.
Este post , do Jugular, por exemplo, cai nesse erro grosseiro. O autor “pensa” que se adoptarmos determinadas metodologias podemos evitar “viver de crise em crise”. É uma questão de fé!
Outros acreditam que podem resolver os seus problemas com uma peregrinação a Fátima, enfim.

das volk

O Presidente alemão, Horst Koehler, resignou hoje ao cargo depois de ter sido criticado por declarações sobre as operações militares da Alemanha no Afeganistão.
De acordo com um comunicado emitido pelo gabinete da Presidência, Horst Koehler demitiu-se depois de ter sido alvo de criticas por declarações que proferiu sobre a presença alemã no Afeganistão.
Em causa estão declarações proferidas durante uma visita às tropas no Afeganistão, há cerca de duas semanas, onde o responsável disse que um país como a Alemanha, com grandes interesses comerciais no exterior deve saber que as intervenções militares são necessárias para manter os seus interesses comerciais.
Estas palavras causaram grande polémica, com as pessoas a questionarem se a Alemanha está no Afeganistão por questões de segurança nacional ou se por interesses comerciais.



Via JN
A populaça não suporta a verdade.

drop the Euro

The Greek government has been advised by British economists to leave the euro and default on its €300 billion (£255 billion) debt to save its economy.
The Centre for Economics and Business Research (CEBR), a London-based consultancy, has warned Greek ministers they will be unable to escape their debt trap without devaluing their own currency to boost exports. The only way this can happen is if Greece returns to its own currency.
Greek politicians have played down the prospect of abandoning the euro, which could lead to the break-up of the single currency.
Speaking from Athens yesterday, Doug McWilliams, chief executive of the CEBR, said: “Leaving the euro would mean the new currency will fall by a minimum of 15%. But as the national debt is valued in euros, this would raise the debt from its current level of 120% of GDP to 140% overnight.
“So part of the package of leaving the euro must be to convert the debt into the new domestic currency unilaterally.”

30 maio 2010

+ Rock in Rio

O Rock in Rio, em Lisboa, é essencialmente um espectáculo para portugueses brancos da classe média. Digo eu...

Miley no "Rock in Rio"

Para a menina, para o menino e para o avozinho.

tudo se vende...

O capitalismo mercantilizou quase tudo. Ideologias, afectos e até o próprio corpo humano, estão à venda. Nem os ícones políticos revolucionários e anti-capitalistas, como o Mao ou o Che Guevara, escaparam a esta tendência.
Só há uma coisa, por assim dizer, que nunca foi, nem prevejo que venha a ser, massificada e comercializada: o liberalismo.
Porquê? Porque o individualismo, que está no cerne do liberalismo, é contrário à uniformização e nenhum capitalista parece estar interessado em mercados de uma pessoa.

be stupid*

A responsabilidade pela persistência da mutilação feminina nalgumas sociedades é ... "do neoliberalismo".
Oliveira, Daniel no Expresso
Claro que esta explicação não chega para compreendermos porque é que os imigrantes que residem em países socialistas, com um Estado Providência desenvolvido, continuam a fazer o mesmo. É de Cabo de Esquadra.
* Campanha da Diesel.

29 maio 2010

aviso à navegação

Sobre a estorinha da candidatura presidencial de direita alternativa à de Cavaco. Parece evidente que este tem vindo a fazer uma interpretação tradicional dos desempenhos presidenciais: primeiro mandato sossegado e de colaboração institucional com o governo e segundo mandato de afirmação com varridela do governo na primeira oportunidade. Parece pacífico que Cavaco, se reeleito, não dará muito tempo de vida ao governo de José Sócrates. O mesmo poderá não acontecer com outro presidente em primeiro mandato, sobretudo se for da área socialista. Depois queixem-se...

28 maio 2010

caminhar para o fundo

E agora? “Sair do euro, precipitadamente, seria um erro manifesto”. Mas, acrescenta, “será igualmente um erro deixar continuar tudo na mesma”. E o que está a ser pensado, designadamente tornar mais pesadas as sanções para quem não cumprir o limite de 3% para o défice “é condenar os mais pequenos e menos eficientes a caminharem sempre mais para o fundo”.
O que é preciso, defende Freitas do Amaral, é precisamente o contrário e “a nossa diplomacia, juntamente com as de Espanha, Itália, Grécia e Irlanda (pelo menos), já deveriam estar a trabalhar afincadamente para evitar que a Alemanha – de novo com pretensões hegemónicas – consiga agravar as sanções” do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que é feito de regras “rígidas e cegas”.
Amaral, Freitas no JN
PS: Amaral sugere que o sucesso económico dos PIGS depende do endividamento excessivo. É de Cabo de Esquadra.

27 maio 2010

Durão usa a sua influência


A China vai "ajudar" a Europa.

o esplendor do socialismo


Portugal arrisca-se a passar mais 15 anos sem resolver o problema do défice.

Conclusão

A generalização da ADSE a toda a população permitiria poupar cerca de 1.800 M€. Esta poupança resulta do baixo custo de administrar a ADSE quando comparado com o custo de administrar o SNS.
Ao contrário do Dr. Mendes Ribeiro, eu não sou defensor de um regime de pagador único e quando me refiro à ADSE estou a pensar em seguros públicos e privados com a mesma cobertura da ADSE.

Financiamento ADSE

794.78 em 2009

Custo por beneficiário da ADSE. O mais notável é o baixo custo com a administração da ADSE - 1%.

1.353.272 beneficiários da ADSE

26 maio 2010

medidas para a saúde

Nunca fui um defensor do SNS, penso, contudo, que no momento de crise que o País atravessa, o SNS pode continuar a constituir a fundação indispensável ao sistema de saúde.
Para que tal aconteça é porém indispensável que o custo do SNS se reduza em cerca de 2% do PIB. Um desafio enorme, mas exequível.
Como? Como é possível um corte desses, quando as carências da população ainda são tantas?
A resposta é linear: É possível uma redução tão drástica porque o desperdício é extraordinário.
Que fazer?
1.A primeira medida é reduzir a despesa com medicamentos, para níveis idênticos aos dos nossos parceiros da OCDE. O consumo exagerado de medicamentos é nocivo para a saúde da população e para o ambiente. Podemos reduzir imediatamente 10% dos gastos com medicamentos e contemplar mais reduções futuras com medidas de racionalização.
2.A segunda medida é terminar com os contratos programa e com o chamado financiamento por acto médico. O MS deve adoptar um financiamento por capitação e deixar às unidades do SNS a administração dos recursos disponíveis, de acordo com as necessidades das respectivas populações.
3.A terceira e última medida urgente, é a liberalização do acesso à ADSE. Um sistema de “managed care” de excelência que permitiria ao sector público arrecadar mais receita (1,5% dos vencimentos) e gastar menos.
Algumas destas medidas já estão a ser implementadas, mas de modo insuficiente. O MS planeou cortes na despesa com medicamentos, mas reduzidos. Já adoptou o método de financiamento por capitação, mas em poucas unidades. Por fim, permitiu o alargamento da ADSE aos trabalhadores contratados pela função pública.
É urgente aprofundar estas medidas, enquanto podemos ser nós a fazê-lo. Se as directivas vierem de fora serão cegas e destruirão o que ainda sobra do SNS.
Haja saúde!

partilhar o governo

Questionado pelos jornalistas sobre qual a primeira medida que tomaria para combater a crise, caso fosse eleito, Nobre respondeu de pronto: “Chamaria os dois principais partidos, talvez três, para que fizessem uma coligação.” Indagado sobre qual seria o terceiro partido, o candidato emendou a mão e esclareceu que “chamaria todos”, tentando uma coligação “o mais alargada possível”. “Em todos os outros países da Europa é perfeitamente normal as coligações”, afirmou, até porque, acrescentou, "num futuro próximo vai ser difícil haver governos de maioria absoluta”.
Via Público
PS: O meu ilustre colega, Dr. Fernando Nobre, não propõe um governo. Propõe uma conferência clínica.

25 maio 2010

putamadre

Na minha busca de pérolas de Cabo de Esquadra, deparei com um fenómeno curioso que penso revelar algo sobre a esquerda blogosférica portuguesa. O recurso constante, nos posts, aos palavrões e à grosseria.
O Jugular, por exemplo, é campeão da javardice. As p____, a m____, o f____ e o f___-se, são às dezenas.
A minha interpretação é que a maior parte dos autores deve ser proveniente da pequena burguesia urbana e esta é uma forma popularucha de se identificarem com o proletariado. Outra explicação, também verosímil, é que sejam apenas uns put@s malcriados.

se lhe resta um pouco de dignidade


porque precisa o liberalismo do conservadorismo

Este texto de Mônica Magalhães sobre o direito de adopção por parte de casais homossexuais enferma dos vícios habitualmente atribuídos a um certo relativismo liberal do qual o liberalismo deve, a meu ver e salvo melhor opinião, guardar saudável distância. Acresce que o texto é publicado no site da Ordem Livre, associação liberal brasileira ligada ao Cato Institute, o que tem um significado que deve ser tido em conta.

Antes de analisarmos porque razão o texto de Mônica Magalhães não defende um ponto de vista liberal, proponho que consideremos os seus argumentos sobre o reconhecimento jurídico do direito à adopção por parte de casais constituídos por pessoas do mesmo sexo. Eles são construídos sobre uma falsa premissa: a de que se trata de um direito do casal, e que o seu reconhecimento deve constituir uma prerrogativa da liberdade individual e do princípio da igualdade perante a lei. Não se trata, porém, nem uma coisa, nem outra. Antes de qualquer reclamação de direitos de putativos pais adoptivos, quaisquer que eles sejam, estão os direitos das crianças a serem adoptadas. A avaliação jurídica das reclamações dos pretensos sujeitos do direito à adopção tem de ser precedida pela avaliação jurídica dos direitos das crianças que carecem de adopção. E o primeiro direito de qualquer criança é o de poder crescer e ser educada numa família que não lhe sugira (não digo imponha) quaisquer opções de raiz, onde possa aprender e desenvolver livremente as suas capacidades e escolhas individuais, tendo em vista a formação de uma personalidade autónoma e livre. Esse processo de aprendizagem e de crescimento forma-se naturalmente numa família convencional, na qual não se verifica qualquer condicionamento à livre afirmação da personalidade, e não numa família baseada numa opção sexual de origem, à qual todos têm direito, mas que poderá inegavelmente orientar a formação da personalidade da criança. Isto não quer dizer que os homossexuais não possam, e não devam até, ter acesso à adopção, como quaisquer indivíduos de boa formação moral e ética, atendido o direito da criança a ter um ambiente familiar saudável, o que deve ser observado e ponderado, caso a caso, pelas instituições sociais responsáveis, como deve sempre ser feito em qualquer processo de adopção. Mas isto não significa necessariamente o direito ao reconhecimento da adopção por parte dos casais homossexuais, já que estamos aqui perante uma outra realidade: a do reconhecimento de um direito já não a indivíduos concretos em razão da sua capacidade para o seu exercício, mas do reconhecimento de um direito a uma instituição familiar que é uma realidade que não se esgota nos indivíduos que a compõem. Em conclusão, a livre opção de dois adultos do mesmo sexo de firmarem um contrato de casamento, não é fonte geradora de direitos sobre terceiros, concretamente sobre crianças.

Agora, uma palavra sobre o texto da Mônica no que se refere aos valores que nos transmite. Eles não são, a meu ver, os do Liberalismo Clássico. Este assenta em pressupostos básicos que o seu texto contradita, desde logo, o de que uma sociedade livre se baseia em instituições tradicionais, isto é, que são constituídas e apuradas, ao longo do tempo, por actos dos indivíduos que vão burilando as regras de conduta social mais adequadas aos seus interesses e necessidades. É por essa razão que Hayek adverte para os perigos do uso imoderado da razão (que sempre nos pode conduzir a um destino e ao seu exacto oposto...), nomeadamente nas suas aplicações de construtivismo ou de engenharia social. Uma sociedade livre não cria instituições e direitos por decreto, mas reconhece-os e protege-os na lei.

São estas razões, entre outras, que me levam a acreditar cada vez mais na imperiosa necessidade de entrosarmos o liberalismo com doses substanciais de realismo conservador, que sempre preza em proporções generosas as instituições e tradições sociais, ao invés do que algum dito liberalismo costuma fazer.

aos partidos

Growth can be achieved through policy changes without government money. India’s remarkable growth since the 1990s has combined manufacturing gains with service sector reforms. A World Bank study of 4,000 Indian companies from 1993 to 2005 shows that reforms in banking, telecoms and transport raised manufacturing productivity. Policy changes in Africa encouraged the private sector to invest more than $60bn in technology, bringing 65 per cent of Africans in reach of wireless voice services.

Financial crises can spur reform. Last year as developed economies focused on Keynesian changes in demand, Asia-Pacific economies were advancing reforms – especially in services – to generate higher growth. As developed economies focused on financial regulation and a broader reregulatory movement, Asians were considering how deregulation might foster innovation and jobs.

Developing countries have understood that a sustainable recovery depends on reviving the private sector. Businesses will invest if the policy environment enables them to turn a profit. More governments implemented regulatory reforms to make it easier to do business in 2009 than in any year since 2004, with nearly 300 reforms registered worldwide. Most occurred in developing economies.

In “sustainable growth challenge, part one”, it is not about unmitigated austerity, but finding sustainable paths to prosperity. The EU and developed countries elsewhere need more than fiscal stringency, especially if achieved by piling on more taxes. They need to seize opportunities from growth in developing countries to avoid their own lost decade. There is a broader lesson: in 2008, the crisis was US-led; in 2010, it is European. For both the US and Europe, it is developing countries that point to the way ahead. It is time we took note.

By Robert Zoellick

vamos ser sérios

ANF; APIFARMA; SIM; OM; SEP; OE; PS; PSD; ENSP; Drª Ana Jorge.

palavras-chave

Plano; Guia; Despacho; Casa; Comitivas; Partilhar; Grande Central; Tentar; Luz Verde; Mais Barato; Tiras de Glicémia; Genéricos; Tutela; Auditorias.

PS: Palavras-chave para descodificar as 10 medidas do MS para salvar o SNS.

mais problemas

Se a minha leitura da estratégia do BCE estiver correcta, Trichet está a transferir, massivamente, recursos do sector privado para o sector público. Qual será o resultado?
Mais falências, mais desemprego, menor crescimento económico. Mais sarilho!

incompetentes

With a combined €2,400bn in outstanding government debt of Portugal, Greece, Spain, Italy and Ireland – the peripheral eurozone economies – investors say the ECB may have to buy up to €600bn.
This would raise question marks over the central bank’s ability to “sterilise” these purchases – draining an equivalent amount of money from the system by taking deposits from commercial banks, which the ECB is doing on a weekly basis.
By sterilising the bond purchases the ECB hopes to ensure the policy remains neutral in terms of impact on the money supply and the bank’s monetary policy. It wants to avoid so-called “quantitative easing” - expanding the money supply and thus stoking inflation, as some of the ECB’s more hawkish members fear.
Via FT
PS: Obviamente, esta política do BCE vai precipitar uma recessão a nível da zona Euro, contribuindo para o fim da União.

24 maio 2010

a mãe de todas as reformas

Um mercado de trabalho "disfuncional", "bolha no imobiliário", "enorme défice orçamental", "sector privado endividado", "fraca competitividade" e um sector bancário com "bolsas de fragilidade": estes são alguns exemplos da longa lista de problemas identificados em Espanha. Resolvê-los exigirá reformas de "grande envergadura", e a prioridade deve ser dada ao mercado de trabalho.
“O mercado de trabalho não está a funcionar”, sentencia o Fundo, que diz que o Governo de José Luiz Zapatero tem agora, com a crise, uma “oportunidade histórica” para avançar com uma reforma integral que ponha termo ao dualismo crescente na sociedade espanhola, entre os têm contratos de trabalho “blindados” e os que não saem da precariedade.

"una posición patriótica"


Foi deste modo que José Sócrates qualificou, na já célebre entrevista concedida à RTVE, a atitude do PSD para com as recentes decisões de emergência tomadas pelo seu governo. Em Espanha, medidas homólogas do governo de Zapatero foram criticadas pelo líder da oposição, Mariano Rajoy, que lhes contrapôs a "supressão de Ministérios, de empresas públicas, a redução de altos cargos públicos e a privatização das televisões públicas das autonomias". Rajoy não é um patriota, está visto.

greve de oposição

Diz-nos o Público que Pedro Passos Coelho “espera que não haja (a) greve geral” anunciada por Carvalho da Silva, em homenagem ao sacrossanto princípio da estabilidade política e governativa, tão necessário à criação de um “clima mais favorável” à solução dos problemas do país. Não discordando, em tese geral, das preocupações de Passos, parece-me contudo que declarações deste género são mais de esperar de quem tem funções governativas e não do líder da oposição. A este caberá entender os motivos que originam as ditas greves e propor medidas alternativas às do governo em funções para que elas não aconteçam. A defesa da governabilidade deve caber aos membros do governo, do qual, que se saiba, Passos Coelho ainda não faz parte.

assim é melhor


Basta fazer "copy" do título da notícia que pretendemos ler e "paste" na Google e voilá. É só seguir o link.
Funciona às mil no FT e no WSJ.

era o k faltava

«a paixão pela educação»

Um post sobre as origens do nosso modelo educativo, no Revolução Francesa.

23 maio 2010

fracos

Os governos, com o seu alto nível de endividamento, foram fracos.
Trichet

Estados Unidos da Europa

Os boches já falam abertamente dos EUE. Este artigo do Gabor Steingart, do Handelsblatt, é completamente esclarecedor.

sem comentários

"Neste momento, a Europa e a zona Euro enfrentam três grandes desafios: a sustentabilidade das suas finanças, o crescimento económico e a governação económica a nível comunitário", afirmou Teixeira dos Santos.
"Vivemos a última década muito convencidos que o euro era o guarda-chuva protector, o que foi confirmado pelos bons resultados que a Zona Euro teve, mas o guarda-chuva não resistiu ao efeito da crise", admitiu o ministro das Finanças.
"O eclodir da crise financeira veio pôr a nu a fragilidade da política orçamental", o que levou a "uma inversão completa", passando da tónica na recuperação económica para um "esforço de contenção para reduzir o défice".
O ministro admitiu que "a crise tem apontado as fragilidades da construção do euro", o que, acrescentou, faz da "criação de um mecanismo de estabilização ao nível do euro um passo fundamental".
O ministro realçou que "tudo mudou. Houve uma inversão da prioridade e agora o que se diz é consolidação já e em força", disse, justificando "a necessidade de enveredar por medidas de aumento de impostos".

Via Público

22 maio 2010

jacobinos

Também publicado aqui.


Michel Vovelle, catedrático de História da Revolução Francesa na Sorbonne e Director do Instituto da História da Revolução Francesa, publicou, em 1999, um livro interessante sobre o seu tema de eleição intitulado «Les jacobins: de Robespierre à Chevènement». Verdadeiramente, o livro não começa em Robespierre e é aí que ganha verdadeiro interesse. Para quem julga que o jacobinismo começa e termina com o Incorruptível e quiser prescindir de obras de maior fôlego, este livro é um auxiliar necessário.

Não sendo uma análise original (Michelet já a fizera antes), a perspectiva de Vovelle sobre o jacobinismo divide-o, pelo menos, em três fases a ter em conta: a) o jacobinismo primitivo; b) o jacobinismo misto; c) o jacobinismo de 1793.

A primeira fase é a da fundação do clube no Convento de São Tiago (Saint-Jacques), na velha Rua de Saint-Honoré, e nele predominava um grupo de raíz parlamentar e de elevada posição social (alguma nobreza, alta burguesia), onde se incluiam Duport, Barnave e Lameth, mas também Condorcet, Cazotte, Aiguillon, e mesmo até Mirebeau e La Fayette. Ao Clube pertenciam já Robespierre e Brissot, os futuros líderes jacobino e girondino, cujo confronto levaria à queda do segundo e à ascensão do primeiro à chefia do Comité de Salvação Pública, embora as suas presenças não fossem ainda dominantes. Esta fase estende-se até ao fim de 90, e é marcada pela defesa da monarquia constitucional, do voto censitário e de um entendimento da Revolução como um processo de reforma do regime e não da sua radical destruição. Nesse sentido, o directório do Clube publicou uma circular em Janeiro de 91, onde se podia ler: «A revolução está terminada, o império das leis está consagrado, somente a sua execução tranquila pode consolidar a Constituição.» Como todos sabemos, não foi isso que veio a suceder.

Em Junho de 91, com a fuga de Luís XVI para Varennes, consagrou-se a cisão entre os dois grupos do Clube, os «moderados» e os «democratas». A 16 de Julho, Antoine Barnave constituiu uma nova Sociedade dos Amigos da Constituição, para a qual levou a maior parte dos jacobinos institucionais, nomeadamente os deputados da Assembleia Nacional. Esse novo Clube ficou conhecido pelos «feuillants», devido também ao local onde decorriam as reuniões, o Convento dos Feuillants de Paris, na mesma Rua de Saint-Honoré onde reuniam os Jacobinos, agora com a presença ascendente de radicais como Robespierre, Pétion, Brissot e Buzot. Deste grupo, que não era homogéneo, que aceitava discutir a eventual substituição do Rei, mas não era uniforme na defesa da República nem o fim da Monarquia, surgiriam os Girondinos e os Jacobinos da terceira vaga, isto é, do Ano II.

Durante a segunda fase do jacobinismo, que vai da cisão de Julho de 91 a Agosto de 92, sobreleva a separação progressiva entre o Clube e o Parlamento, arrastando o primeiro para uma sociedade popular, assente no predomínio «sans-culotte». A segunda cisão que o Clube haveria de conhecer, que provoca a exclusão da Gironda, segue esse meridiano: os girondinos defendem a ordem parlamentar estabelecida, os jacobinos stricto sensu advogam a revolução popular e radical. Se em 29 de Julho de 92 Robespierre acentuava as diferenças pedindo, em discurso no Clube, a destituição do Rei e a eleição de uma Convenção por sufrágio universal e não já pelo tradicional sufrágio censitário, o golpe revolucionário de 10 de Agosto seguinte, levando à queda de Luís XVI, consumou a inevitável separação. A partir desse momento, a cena pertence, por inteiro, a Maximilien Robespierre.

A consumá-la o Clube mudaria de nome para Sociedade dos Jacobinos Amigos da Liberdade e da Igualdade. A Constituição era posta à margem, o que, de resto, o Clube se encarregaria de fazer com a sua substituição por um documento revolucionário, em 93, que nunca chegaria a vigorar na ordem jurídica. Os jacobinos abandonam definitivamente a legalidade, ainda que revolucionária, e entregam-se decididamente ao poder popular. O domínio pertence agora a Couthon, Saint-Just, Dumas, Billaud-Varennes, Collot d’Herbois, mas, sobretudo, a Robespierre, que tem no Clube o seu refúgio, ao qual recorre quando se sente inseguro na Convenção ou mesmo no Comité.

Foi exactamente o que ele fez na noite de 8 Thermidor, no último discurso público que proferiu perante uma assembleia. Consciente do perigo em que se encontrava, embora ainda embevecido com a sua oratória que julgava capaz de inverter todas as dificuldades, dirigiu-se aos jacobinos, dramatizando os reveses da manhã na Convenção, e dizendo-lhes no fim de um longo discurso: «Eis meu testamento. Meus inimigos, ou antes, os da República, são tão numerosos e tão poderosos que não poderei escapar por muito tempo aos seus golpes.» Estava, involuntariamente, certo: no dia seguinte a Convenção já o não quis esctutar. O derradeiro golpe viria dois dias depois, executado pela experiente mão de Samson.

12,6%

Total government expenditures, including consumption and transfer payments, are low. In the most recent year, government spending equaled 12.6 percent of GDP. Macau consistently runs fiscal surpluses, allowing it to respond easily to the global financial crisis with some adjustment assistance in the form of cash subsidies, tax relief, health care vouchers, and increases in public works investment.


Via Heritage

impostos em Macau

IRS de Macau - 2 a 15%.
IRC - 3 a 12 %.

PS: Só por curiosidade, desemprego 3,1%.

capitalismo português

Although the Portuguese colonial government claimed to have
followed the free-market approach, it intervened in Macao's economy
quite extensively through business licensing, immigration controls,
partnerships with private businesses in economic development, ties
with European countries, and a variety of economic regulations.

PS: É o capitalismo português.
Documento PDF

em Macau... funciona

As prescribed by the Macau Basic Law, the government follows the principle of keeping expenditure within the limits of revenues in drawing up its budget, and strive to achieve a fiscal balance, avoid deficits and keep the budget commensurate with the growth rate of its gross domestic product. All the financial revenues of the Macau Special Administrative Region shall be managed and controlled by the Region itself and shall not be handed over to the Central People's Government. The Central People's Government shall not levy any taxes in the Macau Special Administrative Region.


Via Wiki

Macau

Crescimento económico de Macau, desde 1999. Neste momento, o PIB / capita, de Macau é 59.451,00  PPP.

deixem-no conduzir

O condutor de uma locomotiva acelera em direcção a uma parede. Os passageiros entram em pânico e dois deles tentam acalmar a situação.
O primeiro a falar já frequentou uma escola de condução, mas não tem experiência profissional. Conferencia com o condutor por uns minutos e regressa dizendo:
- Estou disposto a caucionar o condutor. Não seria este o meu trajecto, mas a situação é critica e tenho de colaborar. Peço desculpa a todos que embarcaram comigo.
O segundo a manifestar-se já foi maquinista, mas está reformado. Elogia a postura do primeiro e pede estabilidade.
- A situação deste comboio é crítica. Espero que não descarrilemos antes de embater na parede.

It's Germany, dumm

Ground zero of Europe's debt-currency-banking crisis isn't in Greece, or Portugal, or Ireland or even Spain. It's in Germany.
So says Martin Wolf, the estimable economics columnist of the Financial Times, who this week offered this wonderfully concise, if somewhat mischievous, description of how the vaunted German economic machine really works:
At one end is a powerful and highly efficient industrial export engine that generates a large trade surplus with the rest of the world, including most other countries in the eurozone. Instead of spending this new export wealth on a higher standard of living, however, parsimonious Germans prefer to save it, handing it over to thinly capitalized German banks that have proved equally efficient in destroying said wealth by investing it in risky securities issued, not coincidentally, by trading partners that need the capital to finance their trade deficits with Germany. To prevent the collapse of those banks, German taxpayers are dragooned into using what remains of their hard-earned savings either to bail out their hapless banks or their profligate trading partners.
Via WP

intemporal


Proponho-lhe uma ligeira variação: «Mas nunca vi nada que se compare com a intolerância de alguns que odeiam patologicamente a anterior líder do PSD.»

21 maio 2010

estabilidade

Cavaco Silva quer estabilidade política para “superar a crise”, José Sócrates pediu-a aos partidos da oposição e Passos Coelho garantiu-lha até Dezembro de 2011. Aparentemente, tudo bem: o país está em crise e é necessário ultrapassá-la. Só que, em si mesma, a “estabilidade” não é um valor político. Ela é, quando muito, um meio, um instrumento para que os governos possam encontrar as melhores soluções para os problemas que têm de resolver. A questão que nos deve, por isso, preocupar não é a de saber se Sócrates tem condições para governar, mas sim se está a governar bem. É sobre isso que o Presidente da República e o líder do maior partido da oposição devem uma palavra aos portugueses. Até agora não a deram.

citaçao oportuna

Aqueles que não se conseguem disciplinar a si próprios depressa encontrarão alguém que o faça por eles.
Nietzsche

abaixo com os partidos

"(...) Do ponto de vista estritamente político, a situação só melhoraria quando os aparelhos partidários fossem afastados do poder, por um gabinete de emergência supra-partidário em concordância com o Presidente da República.", Manuel Villaverde Cabral, na edição de hoje do Diário Económico.

medicina veterinária

... a nossa raça ibérica também tem mulheres estonteantes, muito bonitas.
Fernando Nobre, em entrevista ao Sol.
PS: Esta vai já para o "de Cabo de Esquadra". Mulheres de raça ibérica? Fónix!

The Naked Truth About the Shorts

Did you, company CEO, stretch the truth a little with your earnings forecast? Is your stock taking a beating?
Did you, bank CEO, load up on too many mortgage bonds, Greek debt or make a bad deal? Is the market losing confidence in your story?
Well, I'm here to tell you you're not at fault. It's those despicable short sellers, of course.

Via WSJ

20 maio 2010

15 dias

A ideia de impor limites à dívida pública e ao défice, na Constituição, foi mal vista por quase todos os partidos. O PSD considera-a uma medida socialista e o PS considera-a uma medida ultraliberal.
O Presidente Sarkozy, contudo, pensa que é uma proposta excelente e vai aplicá-la em França.
Dentro de uns quinze dias, vamos assistir a uma mudança de opinião. A UE vai acabar por impor este tipo de medidas aos países do Euro e nós vamos aceitá-las.
Quinze dias é uma eternidade, nos tempos que correm.

divórcios

Taxa de divórcio entre gays - 50% superior à dos casais tradicionais.
Taxa de divórcio entre lésbicas - 167% superior à dos casais tradicionais.
É caso para pensar há qualquer coisa que está a mais ou que falta qualquer coisa...

2 novos blogues 2

Dois novos blogues. O Salazar e o de Cabo de Esquadra.

O Salazar  leva o nome daquela espátula que serve para rapar o fundo dos tachos. Aliás, nem é bem um blogue, é mais um quadro virtual onde qualquer um pode deixar ideias para diminuir a despesa pública.
Este espaço parece-me necessário porque não há muitas ideias a serem discutidas com o propósito referido. Apesar de ser cada vez mais claro que vão ser necessários cortes na despesa do estado e que há um perigo, como se viu no caso da Grécia, desses cortes virem a ser implementados de forma cega.
Qualquer contributo pode ser enviado para diminuiradespesa@gmail.com .


O de Cabo de Esquadra é um arquivo pessoal de pérolas da esquerda portuguesa. A campeã mundial da esquerda matarruana e caceteira. Deixo-o aberto a quem goste de uma boa gargalhada.

19 maio 2010

consequências muito previsíveis

Ms Lagarde said France did not envisage following Germany in imposing a ban on the short-selling of eurozone sovereign debt or sovereign credit default swaps for two reasons: first, there was not much trade in these instruments (beyond French government debt) on French exchanges; second, a ban could reduce liquidity in eurozone sovereign debt markets for governments with economic and fiscal problems.
Via FT
PS: As medidas anunciadas pela Alemanha vão dificultar o financiamento da dívida pública portuguesa. Obviamente, é isso que os boches pretendem, para entalar os países do sul. Com o aumento das dificuldades, a Alemanha pode ditar as suas condições. 

«jacobinos»

Novo post no Revolução Francesa.

alemães cortam a luz

A proibição de “shortar” as dívidas soberanas denominadas em euros vai diminuir a liquidez do mercado e deixar, ainda mais, os PIIGS na mão dos boches.
Penso que é essa a finalidade desta medida unilateral da Alemanha.  

missulmana

Rima Fakih, Miss USA 2010. Um convite para mil e uma noites.

We've Come To Take OUR Government Back

18 maio 2010

ditadura

Em situações de grave crise para a República Romana (510 a.C. – 27 a.C.), quando esta se encontrava ameaçada por um inimigo externo ou interno, os romanos decretavam uma magistratura extraordinária, com a finalidade de superar as dificuldades que a tinham originado. Essa magistratura suspendia a ordem constitucional vigente, impondo-se a todas as demais, que viam assim praticamente suspensos os seus poderes na vigência do regime de excepção. Este tinha uma duração máxima de seis meses e, apesar de dispor de amplos poderes, estes não eram ilimitados: estava proibido de modificar a estrutura constitucional de República, de declarar a guerra e de decretar o aumento de impostos. Agora, adivinhem como se denominava esta magistratura extraordinária?

silogismos

Perante a actual crise política e financeira, Pedro Passos Coelho pode: a) imputá-la à gestão do governo actual; b) imputá-la à conjuntura internacional e ao ataque dos especuladores. Só na primeira hipótese faz sentido liderar uma alternativa ao governo. Se for assim, a cada dia que passa a situação do país ficará pior se o governo que a criou continuar em funções. Não faz, então, qualquer sentido apelar para a ”responsabilidade política” e para o "sentido de Estado", se os responsáveis pela crise não forem substituídos por quem entende ser capaz de fazer melhor. A verdadeira “responsabilidade política” consistiria, neste caso, em substituir os responsáveis pela crise, em vez de os perpetuar no poder. O que Passos tem feito ultimamente leva-nos todavia a crer que ele entende que o governo actual será capaz de ultrapassar o mau momento em que vivemos, pelo qual, em última análise, não é responsável. Só essa razão justifica mantê-lo em funções com o apoio do PSD.

30%

80 % da riqueza, em Portugal, é produzida por 20% da população. É o princípio dos muitos triviais e dos poucos vitais, de Juran. Mais conhecido por princípio de Pareto.
Se seguíssemos o conselho deste homúnculo e diminuíssemos todos os salários em 30%, os poucos vitais davam às de Vila-Diogo e os muitos triviais continuavam a não conseguir competir com os chinocas.
Que nóbeis sugestões nos daria então o mongo-múnculo? + 30% ?

quero, mas não posso

Durante o seu mandato, o Presidente fez umas três intervenções públicas de que me lembre. A primeira foi sobre os poderes presidenciais, a segunda foi sobre espionagem e a terceira, ainda fresca, foi sobre impotência. A impotência do Presidente para travar “o fim do casamento heterossexual”.
Será possível estabelecer um fio condutor entre estas intervenções? Penso que sim.
Cavaco está a dizer-nos que a sua magistratura tem poucos poderes, tão poucos que ele tem de os guardar zelosa e recatadamente, não vá o diabo tecê-las.
Cavaco está também a dizer-nos que não contemos com ele para nos ajudar a sair da crise. O Presidente gostaria, mas não pode.
Esperemos, pelo menos, que reze por nós, como pediu ao Papa para fazer.

rotativismo

Continuamos à espera de um líder de oposição ao Estado Social e não apenas de um líder da oposição ao governo do Partido Socialista que o tem governado.

regresso em conformidade

Deambulando, há mais de uma semana, por terras onde a internet mal chegou, desliguei-me do mundo e o mundo desligou-se de mim. Regressado, retomo a normalidade e, à distância, olho para o que se passa em Portugal. Não esperava surpresas e não fui surpreendido. Portugal é, de há muito, um país de inconformados conformistas. Nestes dias mais recentes não têm faltado bons exemplos: um Presidente que discorda daquilo que aprova com a assinatura do seu nome, um Primeiro-Ministro que não pode concordar com os sacrifícios que impõe aos seus súbditos, e – coisa pasmante e nunca vista – um líder da oposição que pede desculpas ao povo por se aliar ao governo, em vez de o contraditar. Felizmente, por entre tamanha modorra conformista, parece que há quem comece a despertar. É o caso do CAA, que finalmente descortinou que Pedro Passos Coelho não é o D. Sebastião liberal pelo qual há muito aguarda. Tinha aqui, no Portugal Contemporâneo, manifestado a minha estranheza pelo seu silêncio face a comportamentos de Passos em tudo semelhantes aos que o CAA tinha censurado à liderança de Manuela Ferreira Leite. Fica, então, aqui, o justo reparo.

17 maio 2010

o sexo dos anjos

trabalho comunitário


A proposta hoje apresentada pelo PSD, que quer desempregados a fazer trabalho gratuito três dias por semana, tem um grande mérito: poderá revelar-se um importante contributo no sentido de reduzir as situações de fraude em redor da atribuição de subsídios. Senão vejamos, ao chamar os desempregados para trabalho comunitário, o Governo desestabilizaria todos aqueles que, estando desempregados, encontraram na economia paralela uma ocupação alternativa sem a declarar ao Estado. Infelizmente, como já parece ser a imagem de marca deste novo PSD, existe, também, nesta proposta, um certo cinismo, pois, em última instância, poder-se-á argumentar que o objectivo final não é mais do que aumentar a base de tributação, a fim de aumentar as receitas fiscais. Enfim, com ou sem cinismo, tendo em conta a necessidade de consolidar as contas públicas, a medida seria sagaz.

um tema (sempre )oportuno!


Um circo


"Ministro de Estado quer limitar o défice na Constituição", hoje no Diário Económico;

"Autarquias rejeitam congelar novas admissões (...) A Educação está a avaliar a nova orientação. A Saúde remete-se ao silêncio", hoje no Jornal de Negócios;

(Actualização 19h00) "António Mendonça diz que Terceira Travessia do Tejo é para avançar", Jornal de Negócios.




euroesclerose

Euro-stagnation is nothing new. It’s deeply rooted and longstanding. Indeed, since 1970 it has not been the U.S. that has faded before the onslaught from the East, but the core 15 nations of the European Union. Over that 40-year period the EU-15’s share of world GDP has plummeted from roughly 37 percent to under 28 percent; the American chunk, roughly 27 percent, has stayed remarkably even. Basically Asia, and particularly China and India’s gain, largely has been at Europe’s expense, not our's.
...
A culture that believes in itself, not only to have children, but also start businesses and innovate will overcome one, however theoretically well managed, that does not. This is the fundamental problem of Europe as whole, although it does not apply equally to every individual country in the union.
...
The aptly named PIGS (Portugal, Italy, Greece and Spain) make clear that you can not enjoy a Scandinavian welfare state with a Mexican-style economy. You have to earn the right to six weeks of vacation and Porsche-level health-care plans.
...
This contrasts with the productive, disciplined countries of the north—roughly today’s version of the Medieval Hanseatic League—who continue to export goods and services enough to sustain their expansive, and generally less corrupt, welfare states. Essentially you have the sunny, good food and times countries—an arc from Portugal to Spain—and the gloomier places like Scandinavia, the Netherlands and Germany.
A secular kind of Protestant ethic is alive and well in post-Christian Europe. In some countries like Sweden and Denmark, blond and red-haired baby-making is making a modest comeback, lifting the future prospects for these countries. As for the Mediterranean crowd, get used to African or Arab chefs cooking your pasta. It might not be too bad, as long as the weather holds up.

Joel Kotkin

16 maio 2010

o trilema político

No fundo, a crise é mais uma manifestação daquilo a que eu chamo "o trilema político da economia mundial": globalização económica, democracia política e estado-nação, são mutuamente inconciliáveis. Só podemos ter dois em simultâneo.
Tese de Dani Rodrik. Hoje também no Público.

gnostocracia

Gnostocracy, like all systems of government, works much better in theory than in practice.  In theory, having the smartest, wisest and most qualified experts make all the decisions means that most of the decisions will be the best that can be made.  In some ways gnostocracy comes closest to the proposals Plato made in his famous Republic, when he calls for the rule of ‘philosopher kings’.
...
In practice it has only five little flaws.  Gnostocrats even at their best are prone to mistakes because scientific knowledge is by its nature evolving; the social sciences and the science of extremely complicated systems (think economics) most vital to politics like economics are the most error prone and the least capable of achieving accurate knowledge; political choices involve matters of morals and personal preference which cannot be decided by scientific procedures; no process of selection can be designed which promotes only ‘good’ and ‘honest’ gnostocrats to power and keeps out the charlatans, and the frauds; and finally as a group scientists have interests other than pure science and knowledge (such as promoting gnostocracy thereby gaining power and wealth for themselves).


Walter Russel Mead

a bruna vai longe

Bruna Real, a piquena que colocou Mirandela no radar, não foi despedida. Devido às qualidades que exibiu, apenas foi transferida e colocada sob a supervisão de um técnico superior.
Foi uma solução bem católica que demonstra a superioridade da nossa cultura (como o PA tem demonstrado). Estou certo de que bem supervisionada, Bruna irá longe.
Seria útil que o pároco local a ouvisse em confissão e lhe mostrasse os caminhos da luz, para que Bruna venha a tirar todo o proveito dos dotes que Deus lhe deu.

PS: A foto publicada é da Bruna Surfistinha. Outra devota católica.

ataque especulativo contra a PT


La agencia de calificación de deuda Standard & Poor's (S&P) ha situado en perspectiva negativa los ráting de Portugal Telecom (PT) -BBB para el largo plazo y A-2 para el corto-, por la incertidumbre que general el nivel de deuda del grupo portugués, que la agencia sitúa en 3,3 veces ebitda y las dudas de S&P sobre su capacidad para reducirlo.
Las dudas de S&P proceden de que la operadora no ha reducido el nivel de deuda en la medida en que había esperado S&P a pesar de haber realizado desinversiones de activos durante 2009. A S&P también le preocupa el alto nivel de inversiones que está realizando el grupo y la debilidad de la economía portuguesa.
La agencia ha señalado que tendrá una reunión con la dirección de la operadora lusa para “valorar si la reducción de deuda es posible, y, de ser así, en qué magnitud y en qué momento”.

15 maio 2010

ahahahahah

May 15 (Bloomberg) -- Greece is considering taking legal action against U.S. investment banks that might have contributed to the country’s debt crisis, Prime Minister George Papandreou said.

emergências graves


Artigo 134.º
(Competência para prática de actos próprios)
Compete ao Presidente da República, na prática de actos próprios:
a) Exercer as funções de Comandante Supremo das Forças Armadas;
b) Promulgar e mandar publicar as leis, os decretos-leis e os decretos regulamentares, assinar as resoluções da Assembleia da República que aprovem acordos internacionais e os restantes decretos do Governo;
c) Submeter a referendo questões de relevante interesse nacional, nos termos do artigo 115.º, e as referidas no n.º 2 do artigo 232.º e no n.º 3 do artigo 256.º;
d) Declarar o estado de sítio ou o estado de emergência, observado o disposto nos artigos 19.º e 138.º;
e) Pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida da República;
f) Indultar e comutar penas, ouvido o Governo;
g) Requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade de normas constantes de leis, decretos-leis e convenções internacionais;
h) Requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade de normas jurídicas, bem como a verificação de inconstitucionalidade por omissão;
i) Conferir condecorações, nos termos da lei, e exercer a função de grão-mestre das ordens honoríficas portuguesas.

rezai por nós


Deus não interfere nas nossas decisões. Cada um é livre de escolher o seu próprio destino. Por isso, apesar de ser reconfortante para o espírito sabermos que o Papa reza pelos portugueses, somos nós que temos de resolver os nossos problemas.
Cavaco Silva, como Presidente, tem uma responsabilidade acrescida nesta matéria. É natural que olhemos para ele à espera de “orientação e de sinais inspiradores”. Tal como o Papa partilhou connosco a sua visão espiritual, todos teríamos a beneficiar se o Presidente partilhasse connosco a sua visão política e estratégica para o País. Não me parece que seja pedir muito, no período que atravessamos.

14 maio 2010

bocas dos santos


Não haverá violência.
Não estamos em condições de emprestar dinheiro à Grécia.
Défice de 2009 será de 5,9%.
Não há qualquer derrapagem do lado da receita.
Não haverá aumento de impostos.

fundamentals

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-Guardas para sua futura segurança.

13 maio 2010

democracia falida


As justificações de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho, o primeiro dizendo que o mundo mudou nos últimos quinze dias e o segundo pedindo desculpa pelo bloco central, a fim de, em simultâneo, atirarem com os respectivos planos eleitoriais para o caixote do lixo são uma anedota. E representam o pior deste sistema de democracia representativa em que aos representantes é permitido dizer-se e desdizer-se, sem o mínimo pingo de vergonha nem a mínima consequência política, a bem de um alegado interesse superior da Nação. Minha gente, isto não é democracia. É uma outra coisa qualquer...

Curiosamente, quem sai pior nesta fotografia não é José Sócrates, que, bem se vê, está a adoptar políticas contrárias às suas próprias convicções, impostas pela Europa. Quem sai mal nesta fotografia é Pedro Passos Coelho porque, vendendo ao alma ao diabo em matéria de impostos, negociou muito mal os termos da redução do défice. É que numa altura em que toda a Europa reduz os injustificados privilégios da Função Pública não se entende como é que em Portugal não se faz o mesmo - já que em nada somos diferentes. A partir de agora, a palavra do líder do PSD passa a valer tanto quanto a de José Sócrates, ou seja, nada. Uma última nota para o papel de Cavaco Silva: de uma inutilidade atroz e aflitiva.

quem manda?

diga quem souber

José:
- Estamos prontos para "enr____" outra vez os tugas.
Pedro:
- Muito bem, mas só se for com "vas____".

PS: Dedico este post ao José Vilhena, deixando à imaginação dos leitores o preenchimento dos espaços.

assim não

O maior partido da oposição não pode ser a muleta do governo. O PSD não é o partido liberal-democrata britânico e PPC não deve fazer o papel do Nick Clegg.
O PP, aqui ao lado, apresenta-se como uma verdadeira alternativa ao PSOE e Rajoy não tem papas na língua a criticar Zapatero.

S

O governo não tem legitimidade para entregar a condução da política económica a Bruxelas, nem tem legitimidade para continuar a assaltar o rendimento dos cidadãos.

12 maio 2010

la suicida política socialista

La fortaleza de las presiones sobre nuestro iluso presidente ha debido ser colosal, pues éste ha abjurado ni más ni menos que del socialismo, que ahí es poco. La política del acuerdo a cualquier precio ha sido barrida de un plumazo. La sólida alianza con los sindicatos se ha quebrado dramáticamente. El discurso de que es posible una política económica alternativa a la liberal ha naufragado. La pretensión de un Estado de Bienestar al estilo del ogro filantrópico del que hablaba Octavio Paz ha sucumbido.

Hoy hemos asistido en el Congreso de los Diputados al haraquiri más cruento jamás visto en los últimos tiempos. Zapatero se ha inmolado. Se ha quemado a lo bonzo, y se ha llevado con él, envuelta en llamas, la suicida política socialista que ha conducido al país durante los últimos seis años hacia el colapso. Será extraordinario contemplar cómo asimila el contundente e irreversible fracaso del progresismo, que ha erosionado con una destreza implacable y una rapidez insólita el fenomenal edificio heredado.


Miguel Ángel Belloso

is she gay

O Sr. Andrew Sullivan, um escroque que se faz passar por intelectual, anda numa nova cruzada. Pretende que o Presidente Obama esclareça publicamente se as sua candidata para o Supremo Tribunal de Justiça, Elena Kagan, é ou não lésbica.
Eis o que eu penso sobre o assunto. A orientação sexual de uma personalidade que se candidata a um cargo destes deve ser pública, no sentido em que os órgãos de comunicação social têm todo o direito (e até o dever, nalguns casos) de escrutinar e divulgar os aspectos públicos do comportamento dessa pessoa.
Ninguém tem o direito, contudo, de exigir que alguém revele ou assuma comportamentos que foram sempre privados.
O Sr. AS revela novamente o seu mau carácter ao exigir que Obama se pronuncie sobre a orientação sexual da sua candidata ao Supremo. Nada que me surpreenda.

um pouco mais do mesmo


"Nos últimos dias, a União Europeia tem-se esforçado por difundir a ideia de que a partir de agora é que vai ser – os que não cumprirem as regras serão punidos sem hesitações. Ao mesmo tempo, os países directamente visados – Grécia, Espanha e Portugal – obedientemente, e com uma certa teatralidade, preparam-se para mostrar algum trabalho adicional na contenção da despesa".

O parágrafo anterior faz parte da minha crónica desta semana no jornal "Vida Económica" (14/05). Ora, de acordo com notícias que começam a ser plantadas na comunicação social, além de alguma contenção da despesa que contribuirá de forma muito deficiente para resolver os desequilíbrios do país - a única medida relevante e que merece aplauso é a redução nos consumos intermédios -, também vamos ter um agravamento dos impostos que em nada melhorarão a nossa situação competitiva. Pelo contrário. Por um lado, a redução dos salários auferidos pelos políticos e altos dirigentes tem de ser recebida com uma pitada de sal, pois, mediante a eventual atribuição de outras mordomias - basta ver o que se passa com os deputados e as suas ajudas de custo por isto e por aquilo -, nunca se sabe o que realmente acontecerá aos salários daqueles senhores. Por outro lado, ao aumentar o IRS e o IRC continuaremos a penalizar a poupança, o investimento, a criação de emprego e a tão apregoada componente exportadora da nossa economia. Enfim, como escrevia há dias o Alberto João no Jornal da Madeira "hoje em dia, ser empresário em Portugal reveste-se de uma certa heroicidade" (citado de memória)...

copo meio vazio (II)

"Hotelaria com resultados positivos nas dormidas e negativos nos proveitos. No mês de Março de 2010, os estabelecimentos hoteleiros registaram 2,5 milhões de dormidas, representando um acréscimo homólogo de 2,7%, resultado para o qual contribuíram tanto os residentes (+4,4%) como os não residentes (+1,9%). Os proveitos totais atingiram 114,9 milhões de euros e os de aposento 74,2 milhões, equivalendo a quebras homólogas de 3% e 3,9%, respectivamente.", fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Copo meio vazio

"A Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para um aumento de 1,7% em volume no 1º trimestre de 2010 face ao período homólogo, o que compara com a variação de -1,1% registada no trimestre anterior. Face ao trimestre precedente o PIB terá registado um aumento de 1,0%. O aumento do PIB em termos homólogos no 1º trimestre esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no 1º trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso (...) Esta estimativa rápida incorpora revisões na informação de base utilizada, destacando-se a inclusão das Despesas de Consumo Final das Administrações Públicas", fonte: Instituto Nacional de Estatística. (Nota: Os bolds são meus)

anular os aumentos

Zapatero vai diminuir os salários dos funcionários públicos em 5%. Sócrates também, cortando no 13º mês ou de qualquer outro modo equivalente.
A oposição deve exigir-lhe, em primeiro lugar, que anule o aumento de 3% que o governo concedeu antes das eleições. Só depois é que deve aceitar negociar outros cortes salariais que se venham a revelar necessários.
Sócrates deve ser responsabilizado, politicamente, pelas medidas erradas que tomou.

a missão dos portugueses III

O Papa Bento XVI, na homilia que ontem proferiu, em Lisboa, falou da identidade cultural e religiosa dos portugueses. Foi simpático, nos tempos que correm, separar a vertente cultural da religiosa, mas, em boa verdade, estamos a falar de duas faces da mesma moeda.
A identidade religiosa dos portugueses, católicos e missionários, é um dos elementos mais destacados da nossa cultura, como a língua, os valores e as tradições que partilhamos.
Sem esse vínculo cultural ao catolicismo (não estou a falar de fé), os portugueses deixam de fazer parte “da família”. Deixam de fazer parte do circulo íntimo da nossa cultura. Ficam desligados da comunidade, como párias culturais. Portugueses apenas na certidão de nascimento. Pouco para dar um contributo positivo à sociedade.

a missão dos portugueses II

Hoje, participando na edificação da Comunidade Europeia, levai o contributo da vossa identidade cultural e religiosa.
Papa Bento XVI

11 maio 2010

a missão dos portugueses

De Lisboa, “partiram em grande número gerações e gerações de cristãos”. “Glorioso é o lugar conquistado por Portugal entre as nações pelo serviço prestado à dilatação da fé: nas cinco partes do mundo, há Igrejas locais que tiveram origem na missionação portuguesa”, acrescentou.
Papa Bento XVI

Thank God



a qualified lesbian

HLS has changed over the years, and the newest, high-energy dean is Elena Kagan, a lesbian professor who has revitalized the community.


PS: A madame é agora a favorita de Obama para o Supremo Tribunal.

o domínio do poder

A política não é um domínio racional, a política é o domínio do poder e da força. Muitas decisões políticas irracionais impõem-se apenas porque ganham no processo de contagem de espingardas.
Quem tiver qualquer dúvida sobre esta premissa que acompanhe o sórdido processo de nomeação do próximo primeiro-ministro do RU.

até um cego vê

David Blunkett, the former Home Secretary, gave public voice to concerns about whether Labour could trust the Lib Dems in a coalition deal, claiming that they were behaving like "every harlot in history."


Via Times

End of the Social Market Economy

liquidez ou solvência

O grande problema dos PIIGS não é de liquidez, é um problema de solvência. O BCE resolveu temporariamente o problema da liquidez, mas a questão da solvência permanece inalterada.

Uma explicação detalhada de Wolfgang Münchau, hoje no FT

The same applies here. We know now that Greece, Portugal and Spain will always be able to refinance their government debt, but the long-term solvency position of the Spanish state remains unchanged. The private sector is massively indebted. The prices of assets that serve as collateral are still falling. The Spanish government, as guarantor of the banking sector, will be lumbered with rising debts at a time of stagnating economic growth. We should remember that solvency is not primarily related to financial markets’ willingness to lend. That’s liquidity. You are solvent when you can stabilise your debt as a proportion of income. Southern Europe’s solvency position is thus unaffected by the billions.